NAMIBE - ANGOLA
Como tudo começou – 1ª parte
Crónica escrita em Água de Pau – Açores.
Estavamos em Fevereiro de 2006
A única coisa que a Vila de Água de Pau tem para ser relacionada com Namibe, antiga Moçamedes é o mar, mas, foi aqui que tive paz invernal para inteirar-me de como tudo começou naquela longínqua terra confinada entre o mar e o deserto.
Em 1968 fui lá passar as festas do mar, andei no picadeiro, algo parecido com o calçadão brasileiro e comprei ao Turra, fiscal da reserva do Iona, uma pele de onça e três de Zebra; posso agora, dize-lo porque já passou demasiado tempo para o segredo continuar guardado, seja como for, tudo se descolonizou.
Foi entre os rios Giraúl e Bero que chegaram os primeiros habitantes de Moçamedes. Após ser dada independência ao Brasil a 7 de Setembro de 1822, pelo príncipe regente do Brasil D. Pedro, uns quantos Portugueses de Pernambuco, descontentes, atravessaram o Atlântico em naus e, seguindo a latitude de 10 º, deram início à colonização do sul de Angola, mais propriamente o deserto do Namibe.
Após o grito do Ipiranga, Portugal levou mais de cem anos a recompor-se e disciplinar o encontro consigo mesmo. Angola nesse mesmo tempo, estava entregue a uns quantos funantes e negreiros que, praticamente, só vendiam gente para os grandes engenhos de açúcar ao longo de todo o Nordeste Brasileiro.
A partir do rio Giraúl era só deserto, não havia gente, uns quantos Cuanhamas não era significativo e, a sul do Cunene não se via alma, daqui o chamar-se “Namíbia” que, em língua Ovambo, quer dizer terra do nada; esta é a verdadeira razão da possessão Portuguesa não se estender até à Cidade do Cabo.
Os navegadores Diogo Cão, Bartolomeu Dias e Vasco da Gama, espalharam padrões, mas viram que a aridez da costa não permitia então, a fixação de gente.
A coroa, cometeu o grande erro de, na ânsia de alcançar as riquezas do Oriente, sómente espalharem uns quantos padrões sem fazerem assentamentos de gente ou os usuais entrepostos; desprezaram a então Damaralândia, afastando-se da costa dos esqueletos com medo de ali ficarem aprisionados e, mesmo a sul de Orange river até ao Cabo, não obstante o terreno ser fértil não lhe deram o devido interesse. Os homens escravos, eram o alvo dos novos achados.
Aqueles primeiros habitantes idos de Pernambuco, chegados ao Namibe, começaram por viver quase como indígenas, em toscas cabanas de pau a pique e varas do mangue cobertas a capim; ali viviam homens, mulheres e crianças em promiscuidade, comendo quase exclusivamente peixe temperado a óleo de palma, sendo o pão de mandioca fornecido pelos escravos serviçais que tinham as suas lavras nas margens do Giraúl. Decorria então, o ano de 1849.
Em 1880 na Huila, surgem os primeiros Boers que dão consistência ao assentamento de gente; estes, espoliados dos seus bens e terras, pelos Ingleses, lutam desesperadamente e, não resistindo, tornam-se um povo errante, fugindo sempre dos seus inimigos mortais, deslocando-se para norte do território; Juram soberania à coroa portuguesa e formam a colónia de S. Januário com 270 adultos, 50 serviçais, 2000 cabeças de gado vacum, 100 cavalos e 3000 ovelhas e cabritos. Esta foi a grande iniciativa da administração de então e, foi o Alferes Artur de Paiva, presente na inauguração da colónia em 1885, que veio a ser seu representante.
( continua...2ª parte)
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