FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“ÉPUPA FALLS – Botswana ”
Naukluft
Maun . Delta do Okavango
As grandes dunas do Naukluft côr de saibro movendo-se todos os dias, ondunando-se em sombras pretas, eram recordadas amiude quando as estrelas ficavam próximas nas noites sem nuvens desafiando a lei da gravidade. Ao fazer do brai só o lume e as estrelas lá longe crepitavam, mas havia sempre a zuada de fundo das quedas do Epupa mais os muitos piares e guinchos de desconhecidos bichos despertando corujas noitibós. E, sentiam-se cheiros acres e doces com lama e bosta e feromonas de misteriosas plantas do tipo jasmim e citronela ou capim do Okavango.
Morro de Salalé
De repente, e ao redor da fogueira ou na tenda, todos se calavam, não porque nada ouvesse para dizer mas, porque queriamos gozar daquele silêncio com vida de mato; em verdade parecia não haver mais nade de importante para dizer; ali, era o lugar aonde tudo parecia estar dito. Tudo tinha o seu lugar natural e, como tal conformavamo-nos com a vida a correr por correr; nada dura para sempre e, nós não tinhamos pressa.
Botswana
Não se deve abandonar o nada de que se goste, e por amor amarrámo-nos às coisas da natureza como se ama alguém que nos é querido. Naquela universidade ou diversidade, aprendemos que as plantas comunicam entre si, por isso o elefante tem de andar muito, e contra o vento para que a coisa apetitosa, deixe de o ser. Eu explico: - As plantas saborosas ao elefante são devastadas até ao extermínio e estas por feromonas lançadas ao vento, avisam as demais da mesma espécie que rápidamente passam a ter um sabor desagradável, expelindo ou misturando na sua seiva fluidos repugnantes ao sabor; o paquiderme predador tem assim de contornar a selva ocupando um grande espaço da mata. Fiquei a saber da importância que tem o salalé na limpeza da floresta eliminando troncos e folhas em decomposição e criando nutrientes para outras espécies se desenvolverem com mais punjança. Depois de Maun, a caminho de Francistown deparamos com vários burros mortos por acidente na estrada deserta e, lá estavam varias espécies de urubus limpando a carcaça na companhia noturna de hienas.
Delta do Okavango
A biodiversidade num ciclo natural de vida dava sequência à cadeia alimentar recriando com naturalidade as graças com as desgraças. Vivendo os dias no limite queriamos que as coisas perdurassem assim seduzidas. As bolachas compradas no Divundo na casa comercial do Miranda gerida por sua filha Ana Maria, mesmo compradas já vencidas no tempo, This is áfrica, diziamos todos, iam sendo comidas a gosto com o café tomado debaixo da acácia espinheira. Nas terras do fim-do-mundo não se olham os prazos; é só deichar correr o tempo, tomar uns quantos cafés, à tardinha gim com rum ou cachaça e antes do deitar p´ra retemperar um chá rooibós. Estivessemos nós no Atlas de Marrocos e tomariamos chá de menta. Cada terra tem seu uso, cada gente tem seu fuso. Em Maun, na paz de espírito desta áfrica profunda disse para mim mesmo: - Vou ter que me gramar desta forma, para o resto da minha vida.
(Continua…)
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