ANGOLA . NAMIBE - Como tudo começou
NAMIBE - N´DIGIVA
Como tudo começou – 2ª parte
O agressivo Calahári tinha sido penosamente atravessado por aquela gente; o mesmo deserto que, a norte do Cunene, só destoa quando se sobe a serra da Chela ou Umpata e, foi aqui neste vasto planalto, que a actual cidade do Lubango se desenrolou e desenvolveu.
Foi um agitado progresso até aos dias de hoje, e é pena que os novos donos não reconheçam valor aos seus construtores. O liceu Diogo Cão passou a ter o nome do soba Mandume, um tirano corta cabeças; não fosse o sangue derramado pelos expedicionários e a fronteira actual até ao Lubango pertenceria à Namíbia.
Mandume, que mandou matar a sua própria ama, aliou-se aos Alemães por alturas da segunda guerra mundial tendo sido derrotado em Môngua por Pereira D´eça.
Após a derrota da Môngua, Mandumbe, o chefe dos Ovambos, fugiu para Ot´xakati tendo acabado por morrer combatendo em E´hole, lugar hoje conhecido por Namacunde; suicidou-se com um tiro junto a uma newa mas, só após ter morto um dos seus guerreiros, para ser seu serviçal no outro mundo.
Em Agosto de 1885, desembarcam do vapor “Índia” em Moçamedes 349 madeirenses que seguem o eixo colonizador Namibe, Lubango e S. Pedro de Chibia.
Lubango, a 26 de Dezembro de 1889 é elevada a cidade e sede de Concelho.
A história da Angola actual, não pode escamotear ou omitir a verdade com infundamentadas teorias; não pode desprezar toda essa gente que engrandeceu uma terra, definiu fronteiras e derramou sangue para que tivesse a configuração do país que é hoje. Apear Alves Roçadas, Norton de Matos, Paiva Couceiro, Artur de Paiva e tantos outros da história, é uma injustiça.
Houve no decorrer de toda a colonização administradores déspotas, corruptos e maus gestores mas, outros houve que longe de tudo, sofreram na pele agruras que o diabo nem sabe; o espírito de missão de alguns foi tão longe, que mereceram lá aonde quer que fosse, apego da população.
O chefe do longínquo posto do Dirico, teve de fazer das portas de sua casa o caixão para sua defunta mulher; sem assistência médica, nem mobilidade capaz, lá no cu do mundo, zelava pela soberania de uma terra que agora é Angola.
Eu também pertenço a essa leva de gente, branco de segunda duma Chibia, Qui'hita, T´chiapepe, Chicusse, Ca´hama, Humbe; todos juntos fazemos “a lenda do Cuamato” e ainda vamos visitar o tal soba na base da tal newa porque fez história.
Mas, agora, só somos caputos
À atenção de: Governantes de Angola, em particular o Sr. 1º Ministro, Fernando Dias dos Santos.
Bibliografia: A colonização de Angola, de F. Cerviño Padrão; A questão Cuanhama, 1906, de Major Eduardo Costa
Glossário - palavras sublinhadas: Newa - árvore de grande porte que se confunde com o embondeiro; Caputo – gente do Puto; de Portugal.
( continua...3ª parte)
O Soba T´chingange
De Sérgio Sousa a 20 de Agosto de 2008 às 23:24
À procura de informação sobre a Batalha de Môngua cheguei ao seu blog. Mandume foi, como refere, um tirano corta cabeças. Mas na altura as tropas sob o comando do republicano Pereira d'Eça, suspeito que chegaram a chacinar. Poderá dar-me alguma orientação quanto a isto?
Obrigado.
Sérgio S.
A história de Angola baseia-se muito na transmissão oral de pais para filhos; nos idos tempos não havia bibliotecas.
As superstições africanas empolgam os escritos após ecludir a 1ª grande guerra em 1914 que teve sequências na parte Sul de Angola e, aonde havia partilha de interesses por parte de Alemães, Ingleses e Portuguêses.
Mandume, rei dos "Kwanyama" ou Cuanhamas venceu os Portuguêses em mais do que uma batalha.
Os Portuguêses, só após corromperem guerrilheiros Ambós ganharam as batallhas de Mongua e Mufilo.
Há escritos que descrevem que o corpo de Mandume foi mutilado, arrastado por kimbos das áreas do Cuamato na "Ovamboland", na bacia de influência do rio Cunene, tendo a sua cabeça sido empalada junto à concentração de cubatas do E´hole para dar a conhecer que o seu rei estava morto. Estas descrições não foram assim relatadas pelos velhos Kotas com mais de cem anos e por isso não são fidedignas. O padre Keiling que conviveu com Mandume e seus mais fieis guerrilheiros da étnia Lenga não referencia nada como chacina.
Mandume fazia isso com quem matava ou mandava matar; não os enterrava, deixando-os aos bichos.
Segundo o etnólogo José Redinha o povo Ambós, sob sua influência ( Cafima, Cuanhama, Cuamato, Dombandola e Cuangar) era de 63000 almas.
O Soba T´chingange
De
lirioroxo a 20 de Outubro de 2009 às 10:21
O rei mandume esta enterrado como disse,no lugar de Eole.. tinha e concerteza tem, em toda a volta uma vedação de paus. Estava sempre muito limpa,pude constata-lo muitas vezes. Foi defacto um guerreiro saqnginario. Não derrotou O senhor General Pereira< DÈça como já vi escrito. A historia faz-se com verdade,não pode assentar em mentiras ou leviandades. Os portugueses no sul de Angola foram massacrados uma vêz sim senhor, No combate do VAU DO PEMBE.No resto basta ler o muito que´há escrito sobre o assunto. Não foram vencidos no cuamato,nas cacimbas da mongwa,ou no Mufilo aqui por Alves Roçadas. No Mufilo existia,ou talves exista um marco no meio da chana que lembrava precisamente esse combate, um monumento ao combate do Mufilo conforme era conhecido.Segundo rezãm as crónicas havia para cima de 20.000 guerreiros de varias tribus,e bem armados, consultando os dados verifica-se que os portugueses tiveram cerca de 68 baixas nestas incluindo 13 mortos.Na chana do Mufilo,sentia-se aquilo que os portugueses de antanho deveriam ter sentido.Não devemos estar envergonhados daquilo que fizeram. a historia como é comum dizer-se não se faz levianamente como tem sido moda fazer-se. Tem-se falado muita asneira,sobre as derrotas infligidas aos portugueses no sul der Angola.Só por leviandade ou mal querer se podem dizer enormidaes dessas,repetindo :os portugueses foram vencidos em Naulila,e Cuangar,pelos Alemães instalados no outrora SWA.de resto em todos os combates excepto VAU DO PEMBE,foi uma pagina da historia,uma epopeia escrita com o sangue dos que lá ficaram.
Como sempre acontece publicam-se escritos que sem serem verdades históricas apenas têm como objectivo servir interesses nem sempre os mais aconselhaveis.Ultimamente tem-se assistido a uma descaractrização de tudo que se passou nas campanhas do Sul de Angola.Diabolizam-se os portugueses,e santificam-se aqueles que os combaterem.Uma unica vêz como foi dito, os portugueses foramvencidos.No Vau do Pembe.Esta a verdade histórica,e que alguns""escrevinhadores"que mais não são que(his Master Voice)Não é assim que se faz historia.Á dezenas de livros públicados.Paginas inteiras na interne.Há sobretudo as memórias dos que viveram esss tempos.E essas ninguém pode desmentir.Leiam sobretudo o que eascreveu o Padre Carlos Easteman.Escrevam sobre este e outros assuntos,mas com verdade.É uma verdade indesdmentivel que a fronteira em 1926,era em namacunde,depois de um acordo com os ingleses passou para Oshikango,onde hoje está.É uma verdade indesmentivel.Sobre o endeusado Mandume,não merece a pena perder mais tempo.Já se escreveu o suficiente sobre o sugeito.De Rei não tinha nada.Apenas um criminoso cruel e sanguinário.
Endeusaram-no os movimentos terroristas,ditos de libertação,porque assim lhes convinha.Quanto á fronteira ter sido em Oshivelo,só sonhadores e bem adormecidos poder ter essa ideia.COMO A FRONTEIRA DOS CUANHAMAS POERIA SER NOS CONFINA DA TRIBO N'DONGA?Sabendo-se de antemão que entre cuanhamas e N'dongas nuca houve grande amizade.A fronteira tal com está partiu a tribo Cuanhama,esta sim a verdade.
De Kambiana a 26 de Julho de 2011 às 14:00
A história é a mãe da verdade e por muito que os falsificadores se esforcem por tentar separa-las jamais o conseguirão.
Mandume é venerado como um herói para o povo Kwahama, porque o merece, fez para isso, deu a vida para a libertação do seu povo. Por esse facto deve merecer o mesmo respeito por parte de todos (amigos ou inimigos) tal como os Portugueses dispensam àqueles que lutaram para livrar Portugal do domínio forâneo (Viriato, Afonso Henriques, Nuno Alvares Pereira, Filipa de Vilhena, etc, etc).
Tentar contar a história a partir do ponto de vista dos conquistadores, daqueles que por meio das armas cometeram massacres, genocidios, saques, escravizaram, apagaram culturas, é de uma falta de respeito tremenda por esses povos, um paroxismo saudosista do colonialismo inexplicável.
Não conheço estes acontecimentos a partir de estórias escritas por entusiastas do colonialismo. Sei porque ouvia-as contar por quem as viveu , O meu pai participou na chamada "pacificação" dos Kwahamas, foi feito prisioneiro por os Alemães, em Naulila. Estava presente no local onde Afonso Palla foi ferido na batalha da Môngua,
Esse heroísmo dos Portugueses que aqui se pretende enaltecer foi tão grande que no desastre de Naulila, as tropas coloniais (Europeus) fugiram todos em debandada desordenada , o comandante das tropas de Infantaria abandonou o local montado num muar, gritando "quem puder salvar-se que se salve".
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