FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
"O JOGO DA SUSTENTABILIDADE"
T´chikukuvanda é o nome dado a um lagarto em dialeto Umbundo de Angola, tem um aspecto bravo com sua cabeça vermelha e o resto verde ou azul com a particularidade de assustar as mulheres, não sei porquê,... que estendem mandioca a secar nos penedos planos lá do planalto do Huambo. O lagarto francês, aqui descrito nesta estória é de um castanho escuro, tem um menor tamanho que aquele outro, mas íntimida pela côr e curiosa ousadia.
Esta estória começa quando o senhor Siarra decide fazer sua casa no lugar do Françês, uma praia da orla Alagoana, um Estado do Brasil, com muitos coqueiros e gente gira ida de muitas partes da globália. Ao mandar limpar o espaço do lote, dá-se conta de ali existirem muitas lagartixas e lagartos que saindo das frestas ou muros rugosos, por ali faziam caça a menores bichos dando como verdadeiras as palavras de naturistas; Na sua diversidade de cadeia alimentar, por via da humidade da muita chuva, estes lagartos rastejavam na areia por entre folhas, restos de cocos e demais plantas que proliferam na mata Atlântica. Quem não viu com bons olhos estes bichos rastejentes foi Ana, esposa de Siarra, que por ali passando se assustou com tanta bicharada levando-a a afirmar a pés juntos que ali, ela Ana, nem morta poria seus pés oriundos do Zumbi; Zumbi dos Palmres era a sua terra. O tempo passou e Siarra, fazendo ouvidos de mercador continuou a obra que virou casa passado pouco tempo.
O lagarto palmares do Francês
O jardim foi surgindon entre rugosas e despintadas paredes, pasto ideal para t´chikukuvandas fintadores que foitos, davam berrida a pererecas, minhocas, grilos e centopeias, cutucando o pescoço num vai-vem de meter medo ou medir as proporções certas da presa. Ana, com seus pés de zumbi, apercebendo-se da macabra situação de compromisso com a palavra dada, surpreendia-se no quotidiano dum jogo de tolerância com os bichos que agora e num crescendo lhe pareciam mais simpaticos; a curiosidade mútua iam aproximando-os numa expectativa de carinho nunca antes presenciada; aonde já se viu haver simpatia entre um cinzento e feio lagarto e uma senhora de costumes medrosos. A intensidade de simpatia foi aumentando ao ponto de Ana caçar moscas na forma de empreitada para fornecer ao seu amigo lagarto a que por simpatia lhe deu o nome de "palmares" recordando sua terra natal. A aversão de ambos foi diminuindo de intencidade na proporção da quantidade de moscas oferecidas e inversa na curiosidade; O partilhar de tolerância e mutua admiração iam tomando proporçoes de partir o coração; já se tratavam por tu dando azo a palmares apresentar o resto de lagartos seus familiares.
Um dia, estando Ana na cozinha lavando pratos, dá-se conta de que o lagarto "palmares" a estava vigiando na maior calma, o que levou a ambos a estabelecer mimos de simpatia; Ana tratava-o de meu pequenino que estás para aí pensando de mim, aqui trabalhando nesta escravidão de mulher ao que ele parecia responder, tem paciência que esse é o teu fado. Parecia até cantar pequenas estrofes dum verso deconhecido, assim como uma mistura entre o grasnar misturado com guinhos soprados em si menor. Ana deu-lhe um pedaço de papaia e ele não se fez rogado comendo até a casca madura; afinal também era vegetariano. Isto sucedeu nos seguintes dias com a particularidade de levar seus parentes próximos. Ana, a fim de os reconhecer, pintou com verniz de unhas cada um dos quatro t´chikukuvandas com cores diferentes atribuindo-lhe nomes de amigos, todos machos: o António, o Keler e o Lisboa. Fiquei assim a saber ter sido contemplado nessa grata missão de partilhar património à familia dos t´chikukuvandas num domingo de tertúlia com café da manha na casa Camarão. E, não é que o dito cujo palmares, apareceu bem aos nossos pés solicitando um pedaço de tapioca.
(Continua...)
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