AS ESCOLHAS DO KIMBO
LENDAS DO INTERIOR BRASILEIRO
A ilusão do garimpeiro
Maria caminhava pelas beiras do rio das Garças. Quando olhava para as águas do rio, seu coração sentia o conforto de que seria feliz, como se a felicidade emergisse das profundezas de seu leito. Absorta na natureza, chegou à gruta onde o rio desaparecia; aquela a que seus antepassados diziam, morar a Mãe de Ouro. Como se sorrisse para a felicidade prometida, Maria sorriu para a gruta. Seus olhos de donzela sonhadora miravam a suspeita, quando se apercebeu que a tarde avançara no tempo, o Sol, cedia-se à Lua. O frescor do lusco-fusco trouxe um manto de pirilampos, ansiosos de noite; foi nesse então que Maria pensou em voltar para casa. No meio da luz de vaga lumes, de dentro da gruta, surgiu uma linda mulher, de vasta cabeleira reluzindo a brisa. Era a Mãe de Ouro, a sair para o mundo como ninfa saindo dum casulo. Sua beleza fulgurante não podia ser ofuscada ao Sol. No torpor da tarde, aprontava encontro com a Lua, sua irmã gémea. O rosto de Maria diante do esplendor reluzente dos cabelos da Mãe de Ouro iluminou-se de relento.
Magia
Pingos de luz, caíam de seus cabelos reflectindo todas as cores transformando-se em pedras preciosas. Mãe de Ouro iniciou uma trajectória rodopiando o céu. Os pingos de seus cabelos assumiam as sete cores do arco-íris. Maria, sabia que se fizesse um pedido a Mãe de Ouro, antes que um pingo de luz caísse na terra, seria atendida, tornando-se uma mulher feliz. Cerrou os olhos e fez o pedido. Após a visão, Maria retornou para a casa. Desde esse então, passou a pertencer à Mãe de Ouro. Em noites de lua cheia, adormecia, largando seu corpo na cama, e surgia no palácio, gruta da Mãe de Ouro. Nas profundezas da gruta, havia uma luz que reluziam cores. Era lilás nos quartos de ametistas, branco reluzente dos diamantes, vermelhos nos de rubis, verdes nos de esmeraldas, azuis nos de safira, amarelos nos de topázio. Ali estavam todas as pedras preciosas. Maria foi levada para o salão principal, onde se ouvia as mais belas músicas; danças de belas mulheres e génios vestidos de amor. A seu lado estavam outras mulheres que, assim como ela, também pertenciam à Mãe de Ouro.
E, viu quando uma delas, ao falar com outra, se transformou em carvão. Nenhuma mulher poderia falar ou tocar em outra. Era uma regra para obedecer. Noite dentro, um génio, enrolou seu corpo viril em seu redor, possuindo-a. Entornada de felicidade, navegou como folha de nenúfar fazendo do leito do rio, cama nupcial. Maria transbordou de amor. Por fim o garimpeiro, libertou seu grito, achei e, saltou, e cantou. Transformada em uma pedra verde Maria retornou ao seu corpo de pedra auspiciosa, vestiu a sua pele e despertou brilho na mão de seu amor. Desvarios de garimpeiro; sonhos que sempre se unem numa próxima lua cheia. Ilusões de vida nos encantos da Mãe de Ouro. Só mesmo um garimpeiro pode ter esta relação com a mãe natureza. E, sempre endividado, segue seu sonho incompreendido. Coisa de loucos. Há gente para tudo nesse mundão que tudo arrisca na busca duma pepita.
Mussendo: Conto e raiz popular, do Kimbundo de Angola
Referência bibliográfica. Jeocaz Lee-Meddi - Adaptação livre de para textos de Brasil, Histórias
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