FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
A REVOLUÇÃO, A DESCOLONIZAÇÃO E A TRAIÇÃO
“MARÉ BAIXA“ . 2ª Parte
Aristides Arrais* "XIPALA: - Fotografia, cara, rosto, personalidade, carácter”
D) Nestes casos, não se planeja apenas o início com um transcorrer e desfecho totalmente incerto, em que a história prevalecente é sempre a do vencedor?
Soba: Angola foi entregue incondicionalmente ao MPLA, um movimento sem guerrilheiros capazes de gerir um governo. Esse Movimento estava praticamente desactivado. Os portugueses com seus pseudo políticos de visão comprometida como Mário Soares e Álvaro Cunhal, deram todas as vantagens ao MPLA intercedendo recurso a estes através de seus apaniguados Cubanos. Angola foi dada de bandeja ao MPLA pelos políticos e militares portugueses deixando ao acaso seus compatriotas e ajudando-os logisticamente na consumação do acto
infame. Nunca antes, tão poucos, traíram tantos.
E) Não houve da parte da população portuguesa de além-mar muito comodismo e tranquilidade, na sua relação de colonizadores e colonizados?
Soba: Esta pergunta é uma excrescência bizarra que não tem explicação plausível; é à partida uma visão enfeudada a um ideário que o tempo tornou jocoso e obsoleto! Relevo-a sob protesto, indignado. Não vislumbro bondade no sub-reptício compadrio com os prevaricadores daquele desvario. Em ideologia o ADN também pode chamar-se de DNA intelectual; nada altera, embora subsista um humanismo como paliativo de laivos inconsequentes. Isto que parece uma metáfora, é em verdade um astucioso paradigma.
F) Principalmente estas duas colónias portuguesas (Angola e Moçambique), antes do 25 de Abril, já não estavam sendo consideradas um "barril de pólvora"?
Soba: Não se pode ver isto por este prisma! A guerra de guerrilha estava confinada a pequenos e isolados actos de rebelião. A vida prosperava para o povo e a guerra de guerrilha nem se fazia notar. Esta é também uma pergunta armadilhada que peca por desinformação. Numa ambiência de paz alguém tira a cavilha da granada ofensiva e impõe regras; Não posso seguir este raciocínio sem protestar do seu aparente cariz sórdido.
Olharapos . Dali
G) Sem o 25 de Abril em Portugal, os rumos e as consequências em Angola e Moçambique teriam sido diferentes?
Soba: Só um bruxo poderia então, satisfazer tal pretensão. Se houvesse estadistas, na sua máxima expressão, a intervir no processo de descolonização, creio que sim! Com políticos enfeudados de craveira ambiciosa, desclassificados em sua essência fez-se o pior do possível. Sofrível! Pior,… só no Ruanda-Burundi.
A. Arrais: Eu sempre considerei o 25 de Abril uma amálgama de distorções e equívocos. Mas e aí? Deveríamos ter permanecido na ditadura de Salazar com 50 anos de atraso em relação ao resto da Europa, com um povo atrofiado, sem rumo, sem iniciativa, dominado pela monotonia da repetição de sua cultura arcaica em todos os campos da actividade humana?
Soba: O 25 de Abril foi necessário! A descolonização, por outro lado, foi uma farsa mascarada de hipocrisia, irresponsabilidade, incompetência, negligência e traição. O povo português por falta de atitude tem o que merece! A incúria e traição não podem ser ressalvadas com paninhos quentes. Nasci no lugar errado, tão cheio de gente conspurcada de falsos valores, traidores e cobardes; quanto lamento! Eu e demais retornados das colónias nunca seremos essarcidos de tamanha vilania. Nenhuma resposta pode mudar conceitos já predefinidos por qualquer interrogante, avulso ou aleatório. Vamos, decerto Continuar como sempre, na mesma, sem misericórdia (entenda-se como o golpe mortal dado a um moribundo)! Obrigado.
*Aristides Arrais: Embaixador Honorário do Kimbo em Praia do Francês - BR; Donatário da Lagoa Azeda, seus siris e ´t´chicucuvandas do mangue lodoso, um património do reino de Manikongo em terras de Vera-Cruz
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