FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“MADEIRA – BRASIL” Matias de Albuquerque
O Conde Maurício de Nassau regressou à Holanda em Maio de 1644 e, com ele foi grande número de soldados licenciados em consequência da redução de efectivos. Ao partir Nassau, os Mafulos “Olandes” perderam o sossego de que desfrutavam graças ao prestígio e à vigilância do Conde. Embora a agitação de que viria a resultar a insurreição de 1645 já se tivesse iniciado há algum tempo, foi com a saída do Conde que esta se tornou mais perceptível. No comando das tropas flamengas e por escolha de Nassau ficou o Tenente-coronel Hendrik Van Haus que em um relatório ao Conselho dos XIX (Assembleia Legislativa) descrevia estarem as guarnições muito diminuídas por via das medidas economicistas estando os fortes e fortins muito arruinados. O Tenente de Mestre de Campo General André Vidal de Negreiros, um distinto militar Paraibano por ordens do Rei D. João IV dissimulava em “banho-maria” o planeamento do movimento restaurador; o tratado de concórdia entre Holanda e Portugal, não permitia interferências directas no processo estratégico. Índio Antônio Filipe Camarão da tribo potiguar, nascido no início do século XVII na Capitania de Pernambuco no contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou acções de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores
Por mais estimulante que fosse para os Luso-brasileiros de Pernambuco a restauração da monarquia portuguesa, por mais forte que fosse a indignação aos flamengos em Angola, São Tomé, ou Maranhão, e por mais convincentes que fossem as razões de André Vidal de Negreiros, certamente, não teriam os moradores decidido enfrentar o maior poder militar de então, se os motivos que lhes diziam directamente respeito, não os tivessem instigado a isso. Movia-os sobremaneira o interesse mercantil; a atracão dos grandes lucros extraídos pela Companhia das Índias Ocidentais e as dívidas medonhas que estes tinham com os Olandes. Os Mafulos, encontraram uma sociedade e economia organizada tendo por base uma cultura cristã que não se deixou subjugar. Factores culturais, motivos económicos, abusos e violência de uma luta ininterrupta, foram as causas das quais originou o movimento de insurreição de 1645.André Vidal de Negreiros: Lutou contra os holandeses quando da invasão de Salvador na Bahia (1624), participando de todas as fases da Insurreição Pernambucana (1645-1654), tendo mobilizado tropas e meios nos sertões nordestinos. Tomou parte com grande bravura em quase todos os combates contra os holandeses. Foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de um dos Terços do Exército Patriota, nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649. Comandou o sítio de Recife que resultou na capitulação holandesa no ano de 1654. Encarregado de levar ao rei D. João IV a notícia da expulsão dos holandeses, foi condecorado pelo soberano. Por seus feitos foi sucessivamente nomeado Governador e Capitão-Geral da Capitania do Maranhão, da Capitania de Pernambuco por dois períodos e de Angola entre 1661e 1666.
Litografia em rótulo de cigarro com os quatro heróis: Vidal de Negreiros, Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão.
Foi a tirania dos “Olandeses” que levou o povo com seu Mestre de campo João Fernandes Vieira a virar a página; Os Mafulos nunca guardaram sua palavra com os portugueses no tocante à liberdade católica, tornando-os seus criados com insolências e ignominias que seus soldados e oficiais, faziam com mulheres e donzelas portuguesas. Os católicos portugueses e os intransigentes calvinistas fizeram inconciliáveis suas relações. Junte-se a tudo isto os furtos e ataques praticados pelos negros, mulatos e mazombos transformados em verdadeiros bandidos; pelos escravos aquilombados e, sobretudo pelos indígenas tapuias seguros de sua impunidade pelo apoio dos invasores Mafulos. Era uma insegurança completa, à mercê não só de assassinos e ladrões, como das próprias autoridades incumbidas em reprimi-los. Com a redução do número de padres e frades, uns fugidos, outros deportados, o ensino dos filhos dos moradores tornou-se difícil. O ensino era feito pelos capelães dos engenhos, pelos mestres de gramática, por jesuítas e franciscanos entre outros mas, pela falta daqueles, morriam muitos homens por todas as capitanias sem confissão.
Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época.
Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).
(Continua…)
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