AS ESCOLHAS DO KIMBO
“ECONOMIA A SÉRIO” - Inferno aberto
Por
Pedro Santos Guerreiro – Revista Negócios
Estamos fartos de coisas giras, queremos economia a sério. Economia a sério não é a verrina das "oportunidades", é concorrência, acesso, liberdade, mérito. A sociedade civil não precisa de libertar-se do Estado, o Estado é que precisa de se libertar da elite intendente, e dependente, que através dele sufoca a sociedade civil. Sejamos anti-depressivos como é preciso: à bruta. A tese está num daqueles livros que aparecem de vez em quando, livros "de economia" que toda a gente vai ler. Foi assim com "O Cisne Negro", com "O Mundo é Plano", com "Freakonomics". Será assim com este: "Why Nations Fail". Tradução livre (o livro ainda não está traduzido para Portugal): Porque falham as Nações. Não falta o ponto de interrogação, o livro não pergunta, responde. E a resposta pode aplicar-se a Portugal. Com alguma vergonha.
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Ao contrário das teses clássicas, que atribuem os fracassos a questões geográficas, climatéricas ou culturais, o livro de Daron Acemoglu e James A. Robinson invoca as instituições. Só um quadro institucional estável, credível e em liberdade motiva ciclos de inovação, de investimento, de expansão, de prosperidade. Se os países estão aprisionados em elites, políticas ou económicas, o "elevador social" não funciona, nem vale a pena tentar. Falemos de Portugal: Nem é preciso listar a miserável reputação da maioria das instituições. Basta pensar nas possibilidades: estão cerradas. Quem tem uma ideia para um projecto precisa de dinheiro. Como não há capital acumulado em famílias, nem em capitais de risco, restam duas vias: a banca e os fundos comunitários. Na banca, ou se tem pais anónimos mas ricos, ou pobres mas famosos. Nos fundos comunitários, é preciso pagar comissões às associações empresariais que histórica e vergonhosamente controlam a distribuição do dinheiro. Se a empresa arranca, precisa de padrinhos ou de financiar partidos para ganhar concursos públicos. Se tem lucro, é tributada; se não tem lucro, é fiscalizada. É uma economia a inferno aberto.
Eduardo Paz Ferreira
O inferno é Portugal ser um sistema fechado, dominado por uma elite que reparte o poder, a riqueza, o dinheiro. Transfere a fortuna para "offshores" e dá-nos lições de moral. Diz-nos para nos fazermos à vida, mas depende da sociedade que critica. Eduardo Paz Ferreira precisou de uma semana e meia para nos dar um exemplo de como se pode ter um discurso positivo. No fim, respondeu que sim, que é possível, e a inspiração vem... da contestação social. E o que é a contestação se não a forma de tirar a elite instalada dos seus domínios chocos? Esta edição de aniversário do Negócios repete-se anti-depressiva, como nos últimos anos. Mas não é uma injecção de "oportunidades" que estão no fim de um arco-íris desenhado em São Bento. Fora dos palácios habitados pelos nómadas da política há milhares de empresas, projectos e ideias para quem prosperar é sobreviver. Não são casos giros, são projectos sofridos. Casos que é preciso conhecer, imitar e fortalecer precisamente porque conseguem viver à margem do sistema - ou contra o sistema. O tal sistema económico, político e financeiro que come à mesa do poder, mesmo se falido. A edição de hoje é sobre isso. Sobre como conseguiremos fazer desta Terra do Nunca a Terra do Sempre. Offshores são contas bancárias em paraísos fiscais, com o intuito de pagar-se menos impostos do que no país de origem dos seus proprietários tais como: (Ilhas Cayman, as Bermuda, Jersey, etc.). É uma conta bancária sigilosa ou anónima usada desde o tempo dos corsários que saqueavam os mares e depositavam a pilhagem off-shore (fora da costa). É assim como uma lavagem de procedimento fraudulento
Como diz Mia Couto – Portugal, país pobre, em vez de construir riqueza, produz ricos.
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