FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“MADEIRA – BRASIL” D.João IV
O baixo preço do açúcar, os altos juros cobrados pelos Mafulos e as enormes dívidas contraídas pelos luso-brasileiros foram apontados como a causa maior da insurreição contra o domínio flamengo. Em verdade, ainda durante a guerra, foram as dívidas, a causa do levante. O Padre António Vieira escreve a propósito que “os principais insurrectos tinham tomado muito dinheiro aos Holandeses e não puderam ou não lhes quiseram pagar”. Nada chegava a ser pago porque os juros a mais de trinta por cento levavam consigo toda a ganância. Neste meio tempo de dificuldades e escravaria desfalcada por via de muita morte com o mal de bexigas (varíola), os israelitas, judeus ou cristãos novos mais ricos, arrematavam em leilão os lotes de “galinhas de angola e das guinés” para vende-los depois a crédito a preços extorsivos. Não eram somente os judeus que cobravam preços escorchantes; os negociantes Mafulos vendiam também a prazo, fazendo-se assim credores de avultadas quantias. O Padre António Vieira
João Fernandes Vieira conhecia a cupidez dos holandeses e, por ser um fervoroso católico, tendo horror aos calvinistas e negociantes judeus favorecidos pelo governo, conciliou a fome com a vontade de comer e tomou armas contra estes e aqueles junto com Francisco Berenguer, seu sogro e António Cavalcanti. Entretanto a rebelião estava a contento do rei D. João IV que dissimuladamente e através de André Vidal de Negreiros estimulava a insurreição. Todo aquele que quisesse roubar e queimar na campanha de Pernambuco contra os Mafulos tinham o beneplácito dos mandantes do reino; Salvador Correia de Sá e Benevides propôs às cortes do reino tal procedimento a quem ele chamou de ladrões alevantados. Padres e frades pregavam nos sermões a rebelião e animavam os tíbios nas confissões. Batalha do Monte das Tabocas
Os moradores aceitaram o plano de revolta com os conjurados nas matas do rio Tejipió, aonde Fernandes Vieira possuía terras e currais. Aqui se tornou firme a participação de D. António Filipe Camarão comandando seus índios e Henrique Dias no comando do povão, um misto de gente mazomba, mamelucos, matutos, quilombolas, pardos e mestiços fujões. Em um jogo de fingir, agarra que é ladrão para enganar Olandes, o Mestre de campo André Vidal de Negreiros dirigiu uma carta ao Governador da Bahia e Brasil António Teles da Silva comunicando que Henrique Dias fugira da fronteira do Rio Real com toda a sua gente em direcção a Pernambuco e que em sua perseguição mandara Filipe Camarão com os seus índios para que o trouxessem preso. Essa missiva, com toda a seriedade seguiu os trâmites da justiça e fazenda, tendo decidido que “sendo preciso mandar mais gente em seu seguimento” assim se proceda, dando aviso aos holandeses que Dias vai levantado e fugido, pelo que se o poderem prender, o castiguem como a lei determina. Esta, talvez tenha sido a maior manobra de diversão no campo militar do qual resultou posteriormente as técnicas de contra-informação de forma a enganar o inimigo.
Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época.
Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).
(Continua…)
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