“O LUSO-KAMUNDONGO”
: Beto Kalulu - O Kamundongo
Acreditei que nestes dias não havia razão para os santos populares se desculparem com a falta de sorte de Portugal na disputa pelo melhor da Europa; falharam em toda a linha por não darem aquela ajuda divina a uma gente tão crente em suas santidades. Pessoalmente falei com Santo António; ele sempre me dá uma dica para desempecilhar o meu fio de pesca, a procura da agulha e mais um sem número de coisas; definitivamente os nossos queridos Santos não têm apetência pelo futebol e mandaram às urtigas todas as nossas preces; claro que estou desapontado. E o meu ilustre amigo, ainda do tempo em que as escolas nos ensinavam um ofício, o tocador de marimba e todos os tambores da tribo, Kalulu, numa demonstração de arte, carinho e exotismo, encarapinha sua vontade em forma de bola e com a bandeira das quinas com todas as suas cores.
Bolas! Pópilas! … Portugal, merecia passar à final! Desconseguiu. Neste tempo de crise, de permanente inconformismo, temos de conciliar pontos de satisfação com positividade. Dava jeito que tivéssemos um contentamento; sem confiança e esperança o vizinho do bairro não vive, muito menos luta, por não ter aquele estímulo e, caramba, a falta de um golo faz toda a diferença; as noites deixam de ser farfalhudas e a calidez do ânimo esvai-se nas muitas tretas que se escutam e lêem nos pasquins, jornais e telejornais que permanentemente batem sempre na mesma tecla. Estamos tramados, lixados, cilindrados e Santo António duvidosamente nosso, largou-nos da mão, bateu sua relíquia de queixada para Pádua beneficiando os italianos que acabaram por ganhar à Alemanha. É muita coincidência.
A ciência leva-nos a pensar que o Universo nos é inteiramente racional ou matemático mas, nas coisas do futebol, com aquela coisa redonda tudo pode acontecer. Atento ás passadas retrógradas de Cristiano fazemos figas, damos as mãos uns aos outros fazendo uma corrente mas, cinco passos cadenciados, pernas abertas, olhar de raio laser e zás-trás, chute e xissa! … A bola não fez aquela mágica curva. A queixada do Santo tritura-nos a ira com jeito de surda raiva. António, o Santo, nada fez. Este Junho as festas juninas, já foram. Não vou fazer a habitual fogueira, nem saltarei de costas, nem mais irei confiar na sorte sortuda. Amigão Beto da Vila Alice, kaluanda da velha Luua, bebe uma bolunga comigo, ergue a taça que vamos ter pela frente outras mais oportunidades. Prepara a catana p´ra pintares nesse emaranhado de cabeleira piaçaba. A tua figura ficará sempre na imagem terna dos Tugas mas, tu ficarás sempre tocando teu reco-reco na Praia do Carvoeiro, nosso adoptivo sítio. Por mim vou dizer ao meu santo preferida que dê uma volta ao bilhar grande. P´ra próxima em tua farta cabeleira e bem no centro, em substituição das cinco quinas desenha um “palhinhas” – garrafão, p´ra dar mais sorte.
O Soba T´Chingange
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