FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“MADEIRA – BRASIL”
D. João IV na proclamação da Restauração - O rei e senhor nosso, dos Algarves, daquém e além-mar, da Etiópia, Índia e dos Brasis, sabia que havia entendimentos de paz entre Holanda e Portugal, mas era também certo que dissimulada e aleivosamente, tinham os flamengos, huguenotes mafulos invadido Angola, São Tomé e o Maranhão e tomado embarcações nesta costa. Estes factos davam esperanças aos revoltosos de Pernambuco de que o rei lhes não faltasse com ajuda, não só pelos motivos de justiça como de natural razão e ainda de estado. Dentro desta convicção o madeirense João Fernandes Vieira e seus companheiros de revolta continuavam em segredo a recolher armas e prevenir munições, quando os holandeses, suspeitosos, pretenderam prendê-lo para matá-lo; obrigado a defender-se tomou armas com cinquenta companheiros, contando em poucos dias com mais de mil homens. Fernandes Vieira em apuros de perseguição teria escrito ao rei que “espero no Santiçimo Sacramento general do meu exçercito de antes que esta (missiva) chegue à Bahia, ter restituído o Recife às quinas de Portugal, para glória e onrra de Deus, serviço de Vossa Magestade e merçe que seus serviços têm feito e fazendo vão”. Nesse então planeavam tomar de assalto a capital do Brasil Holandês, a cidade Mauricia, como passara a ser chamada.
Recife - Mauricianópolis em tempo de Mafulos
Distribuídos os postos, trataram de ficar dispersos o suficiente para não serem tocaiados; Camarão ficou nas terras da Piranga e Henrique Dias no sítio que fora de João Velho. Pelos caminhos de tropeiros e carreiros dos mazombos estenderam-se as companhias saídas da Bahia, tropas formadas com os moradores de Pernambuco e gente de Apipucos, “pessoas caritativas, mui compassivas para acompanhar os enfermos e os ajudar a bem morrer”. Por instrução secreta D. João IV como já foi dito, tinha encarregado o seu Embaixador Sousa Coutinho a ter negociações diplomáticas quanto à restituição das colónias propondo aos holandeses a compra dos territórios por eles ocupados, especialmente os Brasis.
Cruzado no reinado de D. João IV
Convêm frisar aqui, que neste então as terras de Vera-Cruz eram a jóia da coroa. Num memorial escrito pelo cronista Gaspar Dias é dito: “…eu, o chamo o jardim do reino e a albergaria de seus súbitos. Outrora, deliberou-se em Portugal, como consta de sua história, elevar o Brasil a Reino, indo para lá o rei, tão grande é a capacidade daquele país. Portugal não tem outra região mais fértil, mais próximo, nem mais frequentada, nem também os seus vassalos melhor e mais seguro refúgio do que o Brasil; o português a quem acontece decair de fortuna ou desiludido com o compadrio, é para lá que se dirige”. É curioso ler esta passagem de há quase 400 anos atrás para
entender o paradigma que se perpetuou no tempo fazendo do Brasil o refúgio por excelência do desiludido ou desencantado com a mãe pátria, por muitas e variadas razões. A D. João IV parecia-lhe razoável oferecer 3 milhões de cruzados pela restituição do Brasil, “uma vez que fique salvo à Companhia das Índias o direito às dividas dos moradores, cujo pagamento ela, pode exigir deles, o que monta a uma soma considerável” comprometendo-se a retirar a artilharia e munições que lá tenha, para onde lhes aprouver. Isto, a propósito, era só para entreter diplomáticamente até que as forças das roças, seus mazombos, mamelucos, matutos, quilombolas, índios e escravos fujões, se fortalecessem nas sombras da mata atlântica e mais além do agreste e sertão.
Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época
Nota: Ter em atenção que as descrições, às vezes se repetem de forma aleatória ao tempo, de forma a poder descrever-se alguns detalhes que complementam os planos principais do cenário. Se assim não fosse, as lacunas tornar-se-iam frestas de caruncho ou vicissitudes do cupim, salalé, aranha de carpinteiro ou térmitas da Globália.
Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967)
(Continua…)
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