“KALULU COM NOSTALGIA” - 3ª de 3 Partes
Por
T´Chingange
Alguém entretanto ligou outra kitoca, penduradas no tamarindo que rufou um merengue bem mais animado do que aquele raska do Sambizanga … Acabada a refeição para os candengues, saímos correndo para a praia, felizes com a língua ainda a arder. Quando voltamos os kotas já sornavam nas esteiras ou giboiavam nas redes entre as árvores e até estirados nos sofás de aduelas de barril feitas pelo tio Pika… E sem que tivéssemos combinado nada, gritamos ao mesmo tempo: -Titia Zefa: falta aquela baba de camelo que a senhora falou; queremos isso mais o pudim que mamãe Xica falou!! Titia, sem mostrar cansaço juntou ternura às guloseimas; emocionada, passou-nos as mãos pelas cabeças e disse baixinho para não acordar os kotas, mais-velhos. Desconsegui esquecer estes momentos da minha infância.
E bem longe daqueles sítios prometemos, eu e Tó da Cuca repetir estes momentos de deixar esperteza aos matumbos, matutos e mamelucos das terras de Vera Cruz. Teremos outros peixes a substituir as mariquitas, roncadores, pargos e garoupas e, adicionaremos Chuchu, maxixe e jiló aos condimentos. Só não meteremos saca-saca porque não sabemos como preparar essa iguaria de folha de mandioca mas, iremos tentar adivinhar. As anáforas da vida, aqui como em muitos lados, também se repetem nas corajosas tarefas positivas - recordar o passado.
A ciência leva-nos a pensar que o Universo que nos cerca é inteiramente racional ou matemático mas, a vida nesta praia de Vera Cruz retiro antigo de corsários franceses e holandeses, com gente gira actual, tem mais imaginação do que muitos princípios complexos da filosofia. Envoltos num permanente inconformismo conciliam pontos de satisfação feito kizomba em fundo de quintal. Entre coqueiros, descobrimos que as horas são feitos destes pequenos nadas, segundos de confraternização; na escala de valores, num truz, reencontramo-nos a nós próprios. A sociedade actual tão ferida por egos, usos e costumeiras anomalias doentias, tem necessidade de recorrer a esta simples acção de partilhar o tempo, a palavra e sabores; fermentos para se fazer o bom pão. E, o dia foi-se!
O Soba T´Chingange
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