AS ESCOLHAS DO KIMBO
“Mukanda doTempo” – Retornados . 3
Na ânsia de protagonismo e mando, os movimentos MPLA, FNLA e UNITA estragaram a vida a milhares de Tugas e Angolanos entrando em uma louca guerra que só retardou o futuro. E, o lixo surgiu na corrente da História. Agora são os mwangolés (senhores de Angola)!
Assim, Almeida Santos, que era nesse tempo ministro da administração do território depois de ter transferido a sua fortuna de Moçambique para Lisboa, afirma: “Os civis tinham deixado de encarar a presença dos 30 mil militares portugueses como uma protecção... Havia alguma, diz. “Mas as tropas portuguesas estavam desmotivadas. Muitos dos militares iam já na terceira, quarta e até quinta comissão de serviço, o significava que estavam a abeirar-se de uma situação de exaustão. Com o “25 de Abril” gerou-se a convicção de que a guerra acabara, de que já tinham cumprido a sua missão. O atraso nas negociações com os movimentos de libertação levou a que se continuasse a lutar e a morrer tanto ou mais, nos tempos seguintes ao “25 de Abril”, do que antes. E era incompreensível para as tropas, chegando mesmo a gerar uma situação de indisciplina militar”. Alguns chegaram ao desconforto de ficarem sem roupas e sem botas, sendo motivo de chacota por parte de gente da mata sem qualquer preparação cívica. Tentam omitir episódios tristes, mas os documentos não relevam a incompreensão dos ditos “colonos brancos” que só tentaram esquecer essa bosta de guedelhudos que o PREC enviou para coordenar os guerrilheiros fabricados às pressas e os imberbes pioneiros do MPLA. O MFA foi a maior farsa da história contemporânea portuguesa; um conjunto de militares de aviário!
Almeida Santos, um dos responsáveis pela descolonização, não tem a certeza das causas que originaram a ponte aérea pois afirma: “a ponte aérea resultou de uma decisão conjunta do Governo e da Presidência da República”, mas acrescentou: ”eu diria que o Conselho da Revolução também teve alguma coisa a ver com isso...”. E para cúmulo ainda acrescentou:” Este era um capítulo que o governo procurava evitar: escaldava e já havia problemas de sobra a nível interno!”. E para prova do desencontro de opiniões dos políticos portugueses, oiçamos Melo Antunes, uma das cabeças da descolonização: “a perspectiva do governo português não era estimular o regresso da população branca, e sim, ajudá-la a continuar no território. Mas era tarde demais...” (porquê, pergunto eu). “Por essa altura, em Julho, a população branca de Angola só pensava em rotas de fuga, deixara de acreditar nos bons ofícios de Lisboa (MFA, PREC, CR, PR); mais de 2.500 veículos partiram, por terra até Marrocos e, em meados de Agosto, 2 mil portugueses tinham cruzado a fronteira a caminho da África do Sul”.
Face a tantas opiniões desencontradas, algumas desconcertadas, e da consequente falta de coordenação e de decisão é fácil compreender porque é que Vieira de Almeida acabou por afirmar: “Nunca mais vi as pessoas do mesmo modo. Nem este país (Angola). Foi absolutamente incrível a cobardia colectiva de que então se deu provas”. A colmatar esta falta de orientação surgiu uma FUA que ao invés de acalmar os ânimos piorou o estado de coisas. Não surgiu nenhum líder credível que conjugasse o interesse dessa turba desordenada em debandada. Face ao que atrás se disse torna-se fácil compreender porque é que a tal “comissão de descolonização” de que fiz parte tivesse sido completamente inoperante e inútil. Mas no artigo em referência, “A maior ponte da história ”citam-se duas conclusões “históricas” que parecem querer interpretar para a posteridade o que foi a descolonização de Angola.
(Segue…)
Descrição parcial de
Sócratas Dáskalos - Militante do MPLA - Faleceu no Lobito - Angola, com a idade de 81 anos a 10/10/2002
Nota: O sublinhado é um acréscimo do soba
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