AS TARTARUGAS DA MINHA PRAIA . Nordeste do Brasil
Por
O Soba
Ainda não eram seis horas da manhã e já estava pisando a língua de areia comprida batida permanentemente pelas ondas da kalunga; enraivecidas de crista branca, enrolam na areia desmaiando bem aos meus pés. Em quatro quilómetros da praia dos corsários, vi quatro tartarugas que deram à costa mortas; a esta costa de fina areia mulata. Ao redor de cada carcaça, bandos de urubus destroçavam as partes vulneráveis. A visão das orbitas dos supostos olhos, escorrendo sangue, tornava a visão macabra entre saltos de urubus pretos degladiando seu pedaço de sobrevivência. Aqui, a cadeia alimentar é acelerada pelo comportamento desordenado do homem que deita ao mar sacos e toda a espécie de desperdícios enganadores a estes animais que depois de deglutirem tal lixo acabam por sucumbir antes do tempo; por indigestão, presas em redes ou por sacolas sufocantes. Se nos 8.000 quilómetros de costa suceder esta visão, teremos pela regra três simples, umas 2.000 carcaças desventradas ao sol, dando alimento a esses limpadores de praia; um numero assustador!
As tartarugas marinhas distribuem-se amplamente entre as bacias oceânicas, concentradas em regiões tropicais e subtropicais. Estudos sobre a Ecologia Reprodutiva desses animais indicam que o período de postura varia de acordo com a região e a espécie. No Brasil a temporada de desovas, de forma geral, vai de Setembro a Abril nas praias do continente e de Dezembro a Junho nas ilhas oceânicas. Apresentam maturação tardia e ciclo de vida longo, podendo demorar de 10 a 50 anos para atingirem a maturidade e voltarem à mesma praia de nascimento para reproduzir pela primeira vez. As tartarugas marinhas possuem um complexo ciclo de vida e utilizam uma grande área geográfica com múltiplos habitats. Sem distinguir qual das quais observei mortas na areia da praia dos corsários temos as espécies mais conhecida
Tartaruga Cabeçuda. Nome Científico: Caretta caretta - É a que faz maior número de desovas no litoral e é também chamada de tartaruga mestiça. Mede aproximadamente um metro e pesa cerca de 150 quilos; suas mandíbulas poderosas permitem-lhe triturar as conchas e carapaças de moluscos e crustáceos. Desovam preferencialmente nas praias ao norte do Rio de Janeiro, especialmente as do Espírito Santo, Bahia e Sergipe.
Tartaruga-de-pente. Nome Científico: Eretmochelys imbricata - Tem a carapaça formada por escamas marrom e amarelas, sobrepostas como as telhas de um telhado podendo medir até um metro de comprimento e pesar 150 quilos. Tem este nome porque era caçada para que seu casco fosse usado na fabricação de pentes e armações de óculos. Por isso é uma das mais ameaçadas de extinção. Alimenta-se de esponjas, peixes, caramujos e siris. Na forma juvenil ou semi-adulta é encontrada em todo o litoral do Nordeste, mas para desovar busca principalmente o litoral norte da Bahia e o de Sergipe.
Tartaruga de couro ou gigante. Nome Científico: Dermochelys coriácea - Pode medir até dois metros de comprimento de casco e pesar 700 quilos. De cor preta, com pontos brancos, tem o casco menos rígido que as outras, parecendo quase um couro. Tem grandes nadadeiras frontais, que lhe permitem nadar longas distâncias. Vive em alto-mar, aproximando-se do litoral apenas para desova, alimentando-se preferencialmente de águas-vivas. As pouquíssimas fêmeas, desovam somente no litoral do Espírito Santo.
Tartaruga verde. Nome Científico:Chelonia mydas - Alimenta-se exclusivamente de algas. Também chamada de aruanã, esta tartaruga tem o casco castanho esverdeado ou acinzentado medindo cerca de 1,20m pesando em média 250 quilos. Para desovar prefere as ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, em Pernambuco, Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e Trindade, no Espírito Santo.
Tartaruga oliva. Nome Científico: Lepidochelys olivacea - É a menor de todas as tartarugas marinhas, medindo cerca de 60 centímetros e pesando em torno de 65 quilos. Sua carapaça é de cor cinza esverdeada. Alimenta-se de peixes, moluscos, crustáceos, principalmente camarões, e plantas aquáticas. No litoral de Sergipe existe hoje a maior concentração de indivíduos dessa espécie no Brasil.
Há preocupação quanto ao futuro dessas espécies. As principais ameaças à tartaruga marinha são a pesca acidental e a poluição nos mares. A ocupação desordenada da costa brasileira ameaça as áreas de desova e alimentação dessas espécies, comprometendo seu ciclo de vida. A tartaruga tem respiração pulmonar e precisa subir à superfície; assim, ela acaba morrendo quando fica presa em anzóis ou redes de pesca. O lixo jogado ao mar, principalmente o plástico, é confundido pela tartaruga como comida. O lixo que ela ingere acaba perfurando o sistema digestivo, causando obstipação. Um animal resgatado que ingeriu lixo, dificilmente sobreviverá. Este é um dos maiores problemas encontrados quando há encalhe de tartaruga marinhas no litoral brasileiro. As cinco espécies encontradas no Brasil que utilizam o litoral cearense como área de alimentação são: a tartaruga aruanã ou verde (Chelonia mydas), a cabeçuda ou mestiça (Caretta caretta), a tartaruga de couro ou gigante (Dermochelys coriacea), a tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea).
Gentileza do projecto TAMAR «ospiti.peacelink.it/zumbi/org/tamar/especie.html»
O Soba T´Chingange
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