FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
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Os habitantes originais de Angola foram caçadores Khoisan, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos Bantu, vindos do Norte a partir do século X a. C. forçou os Khoisan a recuar para o Sul onde grupos residuais existem até hoje, em Angola, na Namíbia e no Botswana. Os bantus eram agricultores e caçadores. Sua expansão deu-se em grupos menores, que se regionalizaram de acordo com as circunstâncias político-económicas. Entre os séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste de Angola; a sua capital situava-se em M'Banza Kongo e o seu apogeu deu-se durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do N´dongo, constituído naquela altura a Sul/Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás referidos, o Reino da Lunda.
O Império do Kongo era governado por um monarca, o manicongo; consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama. A capital era M'Banza Kongo (cidade do Kongo).
Toda esta descrição da história de Angola serve para interligar com os hábitos e costumes transladados para o nordeste Brasileiro por via dessa emigração forçada, mão escrava a ser utilizada nos engenhos de açúcar. O auto do kilombo não é mais do que a transmissão dos ancestrais usos na mãe África mais propriamente a muxima (coração, saudade) que só era transmitida por meios orais ou em festividades que sempre se desenrolavam com longos batuques como pano de fundo, noite fora, antes do saque ou roubo, uma característica dos povos bantus em sua visão de actos heróicos.
Nesta brincadeira de auto do kilombo os donos dos objectos furtados, permitem tal feitura sabendo de antemão que tudo lhe será restituído; é um consentimento cultural que ainda hoje se verifica na vida real com atenuantes e até promiscuidade consentida nas sociedades das regiões referidas em África e América. Na sanzala, a banda de pífaros ou zabunda, pratos e reco-reco a que chamam de maracatu cantam: Aribu tem catinga, catinga tem. Debaixo da asa catinga tem. Quando a maré vasá, vamos cavá muçum (massunim, conquilha, mabanga), vamos cavá. Quando a maré vasa, que enchê, vamos cavá muçum pra comê.
(Continua...)
Ilustrações de Costa Araujo Araujo (J. Augusto Mano Corvo)
Pesquisa bibliográfica: Cadernos de folclore de Théo Brandão – Quilombo
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