FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
OS QUILOMBOS DO BRASIL . 11ª parte
Por
Kimbo
Ensaio de
Arnon Afonso de Farias Melo- Nasceu em Rio Largo, 19 de setembro de 1911 e faleceu em Maceió, 29 de setembro de 1983 - foi um jornalista, advogado, político, empresário brasileiro, pai de Fernando Collor de Mello, ex-presidente do Brasil.
O curioso é que não existe ciúme entre os negros, e não se conhece crime cometido por amor. O sexo desabrocha muito cedo entre os africanos; essa ardente sexualidade que nas mulheres se anuncia pelos doze anos, nos homens que também surge cedo, também cedo os abandona. Em Luanda, olhando casas que parecem ter sido transladadas do Brasil, com fisionomias iguais aos nossos nordestinos, anoto com emoção costumes nitidamente brasileiros, uma capacidade quase única de se perpetuarem a outros povos: Portugal estendeu os limites do Brasil muito além do Prata e do Oyapoc revendo-nos em vários continentes com afinidades psicológicas, sociais e culturais, uma forte peculiaridade da forma de colonizador distinta de todos os outros. O fenómeno, por qualquer parte por onde se ande, no espaço lusófono, é o mesmo que se observa no Brasil: A cultura lusa a se rejuvenescer ampliando-se, constituindo de formas diversas a continuação de um novo feito de vida e de uma nova civilização
De todas as colónias visitadas, Cabo Verde é a que mais se aproxima do Brasil nos diversos aspectos da sua formação. É verdade que o negro para lá transplantado não encontrou o índio americano mas teve o branco com os mesmos métodos de colonização. Assim se fundiram raças e culturas, gerando essa quase absoluta unidade de emoções e sentimentos que ligam o mundo lusófono. Em Cabo Verde encontrei brancas casadas com pretos e pretos retintos em situações de relevo, ocupando cargos de destaque na administração do território. A democracia social existente nas colónias africanas sob administração portuguesa é distinta do que se observa na África do Sul, onde os direitos dos homens de cor, se reduzem a nada. Pode-se atacar a colonização portuguesa mas não se pode deixar de reconhecer a extraordinária contribuição que trouxe à humanidade, o seu formidável poder criador rompendo com audácia e inteligência fronteiras raciais e promovendo uma experiência étnica e biológica das mais interessantes para o futuro do mundo.
Quando Salvador Correia de Sá e Benevides libertou a colónia de Angola fê-lo como lembra Oliveira de Cadornega “ em unidade de todas as praças “ referindo-se a Portugal, Brasil e Cabo Verde. Seria o branco luso nos novos continentes, um elemento civilizador e criador, na mistura de sangues reduzindo na prática distancias sociais através das suas qualidades de aclimatabilidade, miscibilidade, mobilidade, indiferentes a preconceitos raciais fazendo somente restrições em matéria religiosa. Para a África teriam ido os mesmos brancos lusos, levados por estímulos totalmente diversos dos que os impeliam para o Brasil. Aqui chegaram eles, quase como turistas. Vinham para escravizar os pretos, exportá-los e vendê-los mas o tempo e prática, fez entendê-los da importância na igualdade dos cidadãos.
FIM
Referência Bibliográfica: A África Revelada , ensaio de Arnon de Melo.
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