A MAKA DA MAIANGA . Uma estória antiga
O cão Lukapa do pepetela, um polícia à paisana, estava lá
Era em 1980. Correu um mugimbo de que havia bacalhau no supermercado Martal. As qitandeiras mandaram seus kandengues marcar lugar na bicha para o outro dia. Marcaram bicha com pedras, tijolos, latas e coisas mais indefinidas. No dobrar da esquina ficava o jardim e colégio do Dom João das Regras aonde eu, T´Chingange, estudei. De vez em quando ia para o Catambor e, perto da mulembeira das celestes, havia uma maçã da india. Vuzumunava umas pedras e enchia os bolsos mas,... Pópilas, esta bicha da sobrevivência do Martal, não tinha regras. Eu, morava ali mesmo junto do Almeida das Vacas, na ilha da serração junto do rio seco; mais acima subindo a António Barroso a caminho do Choupal e, mesmo no começo do bairro chique do Alvalade ficavam os armazéns do Martins e Almeida conhecidos por Martal. É aqui que surge a confusão descrita por Pepetela, um senhor revolucionário do glorioso Eme:
“ o lugar estava marcado mas os primeiros que chegaram às 5 (cinco) da manhã desconsideraram as pedras e tijolos na função deles e ficaram já junto da porta, com os pés empurravam as pedras para trás. (...), as mulheres donas das pedras-de-marcar lugar apareceram a reclamar que tinham sido enxotadas para trás.(...) Quando as portas iam abrir, um cão de raça pastor-alemão (polícia à paisana) que por ali passava, também se meteu na bicha. Todos são unãnimes em declarar ao agente Dias, o Olho Duro, (de serviço na área) que o cão não tomou atitudes hostis, «eu é que cheguei primeiro», « já não se respeita a lei da bicha», etc., etc., os ãnimos estavam exaltados. Ao cheirar uma das mulheres que se sentia prejudicada, o cão recebeu um pontapé e um enxotanço. (...) Então começou a pancadaria, (um fuzué do caraças) pois a lesada (segundo suas próprias declarações) agrediu um homem que antes estava mesmo atrás dela. O homem respondeu à violência, as mulheres envolveram-se e aí estava a maka. (...)
O Camarada inspector, (chefe do agente olho Vivo) concluiu no relatório:
1- è mau o sistema das pedras ou tijolos (para marcar lugar) que nunca ficam devidamente identificados.
2- O culpado é a especulação (...) que faz as mamãs comprarem o bacalhau para depois o revender à dona de casa do Alvalade.
3- (...,não interessa mencionar. È do foro interno e íntimo)
4- O cão Lukapa não teve culpa. Parece mesmo ser o único «inocente» provado. Mesmo que fosse o culposo, não foi detido e niguém mais o viu. (foi p´ra Mutamba de novo, na boleia do maximbombo 3 (três) da Maianga. (...)
Luanda aos 27 de Abril de 1980. Ano do primeiro Congresso extraordinário do Partido e da criação da Assembleia do Povo.
Assina, o ilegível inspector, mais o agente Dias (Olho Vivo).
Foram tempos quase assim de verdadeiros, o cão continua fazendo das suas e porque roçou no 22 da José Maria Antunes, minha ex-casa, lembro de novo o malandro pulgoso que continua procurando um dono provisório na Mutamba. È inaudito, este sacana, passou por mim nesta noite de insónia. Ia a fumar cigarrilhas “negrito caricoco” e sorria enquanto botava fumaça aos rolinhos como faziam os índios extintos. Este filho da mãe é mesmo esperto, calçinhas e Kaluanda. Estas estórias de Pepetela de tão verdadeiras, parecem mesmo mentiras. O dito cujo tem sete vidas, pois foi visto recentemente refastelado numa esplanada do Kacuaco comendo lagosta suada.
O Soba T´chingange
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