FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” . 13
Por
Roeland Emiel Steylaerts
Iríamos começar nova etapa, desta vez no Nordeste, que não seria nenhuma Brasília dos primeiros tempos. Iríamos retroceder na história uns 200 anos atrás, em plena natureza, numa terra sem crescimento, onde tudo seria difícil... mais uma vez. Uma terra onde se mata, aonde a justiça em nada dá mesmo sabendo quem é o matador. Uma terra ligada à politica... a cada um para si...deixando o povo sem educação, no cabresto...e dando para cada um R$. 20,00...50,00 ou 100,00, além das promessas, geralmente não cumpridas, na época das eleições. O Nordeste è uma terra linda, mas em compensação... tem os políticos que falseiam tudo e todos fazendo com que a justiça... nunca funcione.
CHÁCARA VALE DAS PEDRAS NO GOIÁS - Naquele tempo as terras em volta de Brasília não tinham valor, e foi assim que encontrei a minha; situada num vale com dois córregos, e um naco de mata atlântica. Gostei, e comprei! Uns 20 anos depois fiquei sabendo que o dono da imobiliária Urubu, loteamento onde estava a minha chácara, era procurado pela polícia e usava o nome do irmão, hospitalizado num manicómio. Felizmente isto nunca me deu problemas. O mesmo depois foi preso por ter torturado cinco menores, tendo-os matado, alegando que haviam roubado uma aparelhagem de som; um deles era o Barãozinho, vizinho que eu conhecia de vista. Mais tarde foi provado que o autor do roubo era outro... Este, era o ambiente na época. Comecei a fazer minha casa no vale, descendo todo o material por um teleférico, com cabo de aço. Em cima na beirada construí uma casa de caseiro, e uma oficina mais um chiqueiro de cimento e um grande galinheiro. Não tendo sinal de televisão por conta da profundidade, tive que colocar uma torre, daquelas branca e vermelha de 42 metros de altura, do jeito daquelas que a Policia Rodoviária usa, com luzinha vermelha, e 16 cabos a prendê-la ao chão. Comprei... Paguei... Mandei instalar... e nada de televisão.
A casa era um verdadeiro museu, cheio de antiguidades, quadros, estatuetas e armas antigas. Havia até um tiro ao alvo, com um boneco de madeira, tamanho natural. Dentro da chácara a parte de minha casa era separada por uma ponte e um córrego, da parte do caseiro, que depois das 18 horas, não poderia passar da ponte, sob pena de levar bala... porque sempre estava bastante escuro de noite. Lembro-me que eu estava testando uma arma, uma Mannlicher calibre 8 x 57, com balas de uns 10 cm para matar elefante (o que faz o capitalismo louco…aqui nem há elefantes), coloquei uma garrafa a 50 metros, encostei numa parede, mirei, e dei o tiro. A arma virou com a luneta para baixo, batendo em volta de meu olho deixando tudo aberto e inchado. O sangue escorria e eu não via nada deste lado. Corri para o banheiro e vi uma cena dramática. Peguei uma toalha com gelo, e me mandei para o posto de saúde, lá perto no Valparaíso.
(Continua...)
Piaçabuçu: Cidade situada na foz do São Francisco. Brasil
Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da guerra que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceano. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos com carrapatos que parecendo nada, mudam o rumo.
Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original por
O Soba T´Chingange
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