EM TERRAS DO SUMBE. Cemitério dos brancos
Verdade ficcionada
Por
T´Chingange
Decorridos uns bons anos em andanças de soberania por terras de entre Benguela e Loanda, agora ás ordens de João de Câmara da Capitania-Geral do Reino de Angola a concelho do seu antecessor António de Lencastre, Governador e Capitão-General de Angola, em inícios do ano de 1781 tive a incumbência deste de subir ao planalto, entender-me com os M´bundos e levar-lhes sementes de cereais com utensílios para o amanho da terra. Tinha a indicação de haver ali um soba rei de nome Katchitiopololo Ekwikwi, com vontade de dar ao seu povo melhorias através do aprendizado em novas culturas de milho, massambala, batata-doce e uma nova batata lisa que os brancos usavam em sua alimentação.
Cansado daquela terra de Sumbe, voraz sorvedouro que nunca se fartava de engolir gente, dei como bem-vinda tal tarefa expedicionária. Em um dia de Janeiro desloquei-me às terras de N´gunza a fim de requisitar o pardo José Nanquituka que anos antes por minha iniciativa e na qualidade de secretário, ali ficara a dar apoio ao soba Kabolo. Eis que logo à chegada ao kimbo, deparo com graciosos cafecos, meninas muito novas com os cabelos arranjados em tranças finas e colares que lhes caíam entre os mamilos arrebitados, pequenos e duros; de início esgueiraram-se mas, ouvindo-me falar em português e umbundo aproximaram-se na incerteza se entendiam o que eu estava gritando pois que lhes parecia ser o nome de seu pai Nanquitude. E, estavam certas. Após um formal abraço e apresentadas as questões que ali me levavam ficou assente avançarmos para o Bailundo no término das chuvas.
Este rei do Bailundo recebeu-nos com alguma indiferença num lugar chamado de Luimbale do Huambo e, só lá pelo quinto dia e após uma demonstração de como se trabalhava com o arado e manobrava os bois, é que nos deu o privilégio de, ainda que de longe, trocar umas palavras em Umbundu. Não obstante ter aceite a oferta de quatro bois, arreios, enxadas, plantas e sementes seleccionadas, marcou um encontro com seus sobas, kimbandas e macotas de Huambo, Catata, Longojo e Luimbale tendo-nos dado um salvo conduto na forma de colar com dentes de javali para termos um regresso sem problemas; a única coisa que ficou assegurada foi termos um novo encontro dentro de um ano; só após a recolha das sementeiras estariam em condições de nos dar abrigo e libertar a vinda de missionários e gente funante; O kimbanda kissombo, de boca sem dentes contorcido em esgares e simulacros de sorriso, transmitiu-nos essa mensagem. Para quem não estava em paz com os mwana-pwós, esta missão foi considerada um êxito.
(Ver glossário no final)
(Continua…)
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