ANGOLA - FLORES DE ACÁCIA PARA MATILDE – 2ª de 2 Partes
Por
Dy – Dionísio de Sousa (Reis Vissapa)
Uma homenagem a uma das mais belas cidades de Angola e à ternura dos amores adolescentes - LOBITO
O crepúsculo chegou os candengues partiram deixando a praia vazia dos seus risos contagiosos. Levei-a para casa no pensamento e a sua figurinha singela povoou-me os sonhos e a noite, fazendo-me madrugar e caminhar alvoraçado para a baía, Pelo caminho roubei às acácias viçosas um punhado de rubras flores. – Flores de acácia para Matilde. - Dei-lhas depois de ouvir da boca tentadora o seu nome. Olhou-me com doçura e os nossos dedos tocaram-se entrelaçando-se com ternura quando as recebeu. Corremos a praia de mãos dadas e amámo-nos na cumplicidade cálida das águas da baía. Desde esse dia nunca mais a vi. Perguntei aos candengues e fiquei a saber que trabalhava para o Sr. Torres. O Sr. Torres era um advogado solteirão com mais trinta anos que ela; atravessara o equador em busca do El Dorado. Quando finalmente descobri a sua morada tinha partido para Luanda levando-a consigo.
Entramos no ambiente fosforescente de um cabaré da baixa de Lisboa já a noite ia adiantada. O meu amigo Fonseca tinha dado início à sua despedida de solteiro num restaurante de luxo e entre aperitivos, vinho e digestivos, a euforia tinha-se instalado nas cabeças de todos nós. Ia casar com a filha de um padeiro abastado da Beira Alta. - Agora é que vou ser colonizador. – Disse-me com cinismo. Também devias casar-te, a vida de solteirão é uma boa trampa, arranja mas é uma gaja rica e deixa de ser tolo. – Tu estás é tonto das ideias. – Estou muito bem assim. - Repliquei convicto.
Foi quando as meninas disponíveis começaram a vir para a mesa do Fonseca, que reparei nela. Estava numa mesa a um canto contemplando o fundo de um copo, um vestido ousado e os lábios gritando batom. A voz de Manzanero brotava melancólica dos altifalantes interpretando “Te Adoro”. Sorriu com ternura quando lhe dei a rosa surripiada da jarra de vidro da mesa ao lado e murmurei baixinho na sua orelha “Flores de acácia para Matilde”. Dançamos agarradinhos “ Olhos Negros “ e “ Piel canela”. Levei-a dali para fora. Afinal o Fonseca tinha razão a vida de solteiro é uma trampa.
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