A LUA DE MARFIM - 2ª de 2 partes
AS ESCOLHAS KIMBO
Por
Dy – Dionísio de Sousa
Numa sociedade de mentira, ostentação, consumo e muita falta de bom senso, não posso deixar de salientar sempre que possível o lugar onde nasci. Podem pensar que eu sou repetitivo, aliás a minha colega e amiga Filomena chega a exasperar-se quando eu conduzo invariavelmente as conversas para aquele lugar tão longínquo hoje como a própria Luua. – Pára de falar de Angola Figueiredo, tornas-te chato, repetitivo como se aquilo fosse o maior paraíso à face do planeta. – Repreende-me agastada e mal-humorada. – Mas Filo, tem de compreender que ser espoliado da sua terra das suas memórias dos seus mortos, empurrado para o exílio da mesma maneira que foram os Hutus e os Tutsi, Congoleses, Croatas e tantos outros, deixa marca para o resto da vida. – Retorqui em minha defesa. – Não queiras comparar uma coisa com a outra David, tem dó.
:::::A Filomena é uma alentejana de gema que nunca foi a África e, é dez anos mais nova que eu. Revolucionária da raiz dos cabelos até à ponta dos dedos dos pés. Para ela a Democracia e a Liberdade são valores inquestionáveis e ainda pensa que nós, que de uma forma vilipendiada fomos e somos apelidados de retornados e estigmatizados como fascistas e colonialistas não temos nenhuma razão para nos queixarmos. Tento fazer-lhe ver a minha Luua de Marfim, aquela que em África é verdadeira ao contrário desta do hemisfério norte que é falsa. Lá quando é crescente tem a forma de um C, e quando é (Minguante) decrescente a de um D; é um pormenor insignificante mas que me diz muito.
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Não gosto de chorar na maré, e hoje muito menos que tenho os olhos abertos e vejo a sociedade ocidental tal como ela é, interesseira, hipócrita, gananciosa e desprovida de valores fundamentais. – Filomena, nasci em Angola e já de uma quinta geração. Nasci sob a protecção da bandeira das quinas e fui obrigado em nome dela a cumprir quatro anos de serviço militar obrigatório. Nunca comprei nenhum prédio no Areeiro nem noutro qualquer lugar. Nunca transferi o pré de três escudos e cinquenta centavos para Portugal, mas em contrapartida nos anos em que um jovem encaminha a sua vida, tive de andar de caserna em caserna. Vi muitos portugueses que atravessaram o Equador para desempenharem funções diversas na actividade administrativa, chegarem ao ultramar e encontrarem casas mobiladas com o bom e o melhor, alguns com cinco e seis criados, tudo às expensas do estado.
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Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.
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