RELEMBRAR LUUANDA! - NO INCHAÇO DO TEMPO
Por
T´CHINGANGE
Que saudades dos meus tempos de candengue! Da malta com quem ia ao Cine-Colonial ver o Zorba, as cowboyadas do John Wine, das beatas pelo ar e dos avisos aos heróis de cena, cuidados e “olha na tua trás” da plateia cheia de grunhos, mazombos e alguns gwetas como eu. Que saudades das sandes de peixe frito do velho Campino, e daquele seu "boteco" defronte da Farmácia São Paulo! Do Sr. Brito que tratava da "flor do Congo"! Que saudades dos doces da paracuca, pirolitos, kicuerra e kafufutila! Saudade das palavras que o tempo escondeu por dentro do tempo que nos faz bassula e, certas palavras do tempo que se esquindivam no catravés da idade que num para.
Lembranças do baleizão, das sandes de presunto e cachorro quente e daqueles finos de cerveja Cuca, tiradas à maneira, pelo Tarik? Das garinas conquistadas nos muitos bairros aonde exibíamos a nossa banga ninita como da Maianga, Vila Alice, Praia do Bispo, Vila Clotilde, Do Rangel, Samba, Sambizanga, Marçal, Catambor. Da banga fecúla que dispensávamos às m´boas do Bairro da Terra Nova, da Caoope, do Bairro do Café, Maculussu, Ingombotas e lá longe no Cassequele. Das farras do Braguês e na cultura do cinema no Kipaka, Kilunda, Restauração do Chà-das-seis do Montez e as baronas do Bê-Ó; da Maria das pressas e da Calhoça. Desportivo de São Paulo! Aiué Copacabana! Aiué o Rex! Aiué Liceu Salvador Correia! E, a EIL na Vila Alice. Do maximbombo nº 3 da Maianga, Malhoas e Rio-seco. Das idas à barra do Kwanza, das bissapas no Morro da Luua, Mabubas, Mulemba, Kacuaco, Porto Kipiri e Kifangondo dos cacussus, das bialas de zuza no lifune e dos maboques na estrada de Catete tão cheio de chinguiços, Viana, Calomboloka, Kassoneca e a Muxima no Kwanza.
Aiué Catonho-Tonho! Aiué Gajajeira! Aiué Lusolanda, Robert-Hudson, Casa Americana, Biker, Quintas e Irmão, Armazéns do Minho e do Bungo, Maria Armanda e Lello. São essas recordações, que nos fazem lagrimar na saudade! A fragrância da Catinga, do Mufete, da garoupa, peixes galo, pungo, corvina, prata e caxuxo. Do cacussu assado com feijão de óleo de palma, com o pirão ou funge com o caldo do cozido. Saudades do bangasumo do kimbombo do marufo da cassoneira, da t´chissângwa e a bolunga de milho. Dos piqueniques no Mussulo e, seus barcos kapossoka e kitoco a acalmar as agruras dum fim-de-semana; acalmia, sossego e paz no encanto da embriaguez de um outro mundo na voz do tempo! Na voz daqueles que já partiram! Aiué Minguito com a sua concertina, e da Velha cega Guinhas que relançam um tempo de cazumbi perturbando o íntimo no limiar do nada, o vazio dum oculto fogo. A estória começa assim: Era uma vez, uma Luua!
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA