AS ESCOLHAS DO KIMBO
ANGOLA – Riqueza, é um luxo para poucos! . III
Por
ISOMAR PEDRO GOMES – Natural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.
Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entregue à sua sorte. Hoje é um homem amargurado, frustrado. Atirado para as sarjetas do desemprego, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companheiros de farda.
Poderia África ser hoje comparada ao Inferno ou ao Purgatório? Qualquer um deles serve! Paraíso: NUNCA. Pouquíssimos países Africanos (menos do que os dedos de uma mão) podem aproximarem-se a tal eleição. “HOJE até a Bíblia nos tiraram, e as terras continuam a não pertencer ao povo” – sintetizou Morgan Tchavingirai, descrevendo a desgraçada e extrema penúria do povo zimbabweano, respondendo ao guia imortal ainda vivo, que diz ter ressuscitado mais vezes que o próprio Jesus Cristo. Zimbabwe no período citado por Bob Mugabe, era o celeiro de África, o povo era detentor de um dos mais elevados IDH do continente. Por vezes quando nas datas históricas, oiço e vejo pela TV, indivíduos a mencionarem o que o ‘colono nos faziam’, sinceramente não sei se, choro de raiva ou se me mato de ‘risada’, “porque o colono fazia…blá-blá-blá” - dizem eles - hoje faz-se pior!
O colono se fez, quase que o desculpo, é ou foi colono, é branco não é meu irmão de raça, etc., agora quando o meu irmão Angolano, preto como eu, (ex-companheiro da miséria e das ruas da amargura) faz o que viva e denodadamente repudiávamos do colono, esta ultima acção dói muitíssimo mais do que a acção anterior, dilacera e mutila impiedosamente a alma. Por isso, logo após as independências Africanas, verificou-se o segundo êxodo – o primeiro foi dos brancos a abandonarem África - milhões de Africanos, abandonaram com angústia na alma e os olhos arrebitados de descrença a África, a maioria arriscando literalmente as suas vidas (o filme continua até aos nossos dias), seguindo os outrora colonos, porque chegaram a conclusão que afinal não é verdade o que apregoa o político Africano; “eles prometeram-nos o paraíso e dão-nos o inferno a dobrar” disse um jovem africano em Lisboa nos anos 78-80 num programa da RTP.
Há mais africanos hoje na Europa do que Europeus em África, porque?! Os Europeus, muitos deles depois de chacinados em África pelas revoltas africanas, de regresso aos respectivos países embora destroçados de dor e amargura, receberam de braços abertos muitos dos antigos carrascos, dando-lhes um lar e emprego decente e uma vida digna, que jamais tiveram nos países de origem; Paz e sossego duradouro. O contrario era possível?... Se ainda hoje 37 anos depois do fim da colonização, os dirigentes Angolanos (por exemplo) ainda se desculpam na presença colonial Portuguesa em Angola, para justificar a Pobreza e outros pesares que “estamos a sentir”; eles não são, nunca serão culpados, mas o colono (37 anos depois), SIM. Estou seguro que, quando Angola festejar o 50º aniversário, os dirigentes Angolanos, ainda estarão a rogar pragas ao colono Português.
MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.
(Continua…)
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