ANGOLA . NITO ALVES – HISTORIA DA GUERRA CIVIL . 1ª de 2 partes
As escolhas de
KIMBOLAGOA
Por
Nell Teixeira
Tempo que foge – 27 de Maio de 1987
Nito Alves foi ministro do Interior de Angola desde a independência em 11 de Novembro de 1975, até à data em que o presidente Agostinho Neto aboliu o cargo em Outubro de 1976. Fazia parte da linha dura do Movimento Popular de Libertação de Angola e tornou-se conhecido internacionalmente devido ao golpe de estado falhado, conhecido por Fraccionismo, de que foi mentor em 1977 . Nito Alves opunha-se a Agostinho Neto nos temas da política externa de não-alinhamento, socialismo evolutivo e multiracialismo.
O dia 27 de Maio de 1977 ainda é tema tabu em Angola. O que mais parece chocar na repressão que se seguiu à alegada tentativa de golpe de Estado contra o primeiro presidente angolano após a independência, Agostinho Neto, é que as vítimas não foram inimigos do governo – mas sim membros do MPLA, partido no poder e, assim, da própria família política da direcção do país. O desconhecimento sobre o que aconteceu às vítimas da repressão do regime do Presidente Agostinho Neto, nos dias que se seguiram ao que terá sido uma tentativa de golpe, corrói. O cálculo dos mortos varia. A Amnistia Internacional fala em 40 mil, o jornal angolano Folha 8, em 60 mil e a chamada Fundação 27 de Maio em 80 mil. Fontes da DISA (Direcção de Informação e Segurança de Angola) referem-se a 15 mil mortos. Se nos ficarmos pela média, pelos 30 mil, são dez vezes o número de mortos do Chile dos anos 1970 de Augusto Pinochet, na própria família política o MPLA. Sem julgamento.
Ela deu ao horror um rosto. Sitta Vales foi fuzilada às 5 da manhã de 1 de Agosto de 1977. Um tiro em cada perna, um tiro em cada braço, o corpo caiu na vala previamente aberta antes de ser dado o tiro de misericórdia. O corpo, ou o que dele restava: Sita Valles havia sido torturada e violada múltiplas vezes pelos homens da DISA. Rebelde até ao último minuto, recusou a venda e obrigou os homens do pelotão de fuzilamento a enfrentarem o seu olhar. A portuguesa, nascida em Cabinda, tinha então 26 anos e trocara uma vida confortável em Portugal e um curso de medicina para regressar a Angola, país que considerava ser o seu e para defender a ortodoxia soviética em supostos tempos de democracia.
Sita Valles é talvez a mais conhecida das vítimas da purga do MPLA – ela, o marido José Van Dunem, comissário político do Estado-maior e Nito Alves, ex-ministro do Interior. Mas, de uma forma ou de outra, a repressão que se seguiu ao 27 de Maio de 1977 deixou marcas na vida de grande parte dos angolanos, relata o jornalista independente William Tonet. “Directa ou indirectamente, a maior parte dos angolanos daquele tempo está envolvida no 27 de Maio. Eu estive envolvido no 27 de Maio, a minha família esteve envolvida, a partir do meu pai, que foi preso. Dois tios meus estiveram presos e foram enterrados vivos, sem qualquer tipo de julgamento”, disse Tonet, em entrevista à Deutsche Welle. “Matemática e juridicamente falando, eu ainda estou preso”, denunciou o angolano. “Porque a gente não tem formalizado, sequer, nenhum mandado de soltura, como não tem nenhuma acusação.
Muxima: saudade; que vem do coração; ongweva; lugar nobre; Nossa Sra das margens do Kwanza.
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