KIANDA COM ONGWEVA - VI . Visão do Xiritung
Por
OBA T´CHINGANGE
Januário Pieter não descurava a sua missão de esclarecimento e neste propósito foi-me dizendo: - Quando não conhecemos outros lugares não podemos fazer comparações; posso dizer-te que no plano espiritual existem locais excelentes para morar. Até posso compreender porque é que Januário me estava falando deste modo, como preparando-me para situações a tornarem-se realidade mais dia menos dia mas, no esclarecimento, foi mais longe dizendo que lentamente estava a dar-me um curso de entendimento com as coisas etéreas sempre mal explicadas por falta de serem ditas no estágio de tempo certo. Tudo indicava que me estava promovendo a Kianda-auxiliar frisando algo já dito, vincando: Não existe maldade que não tenha perdão e acrescentou, Jesus, na cruz, perdoou todos os que o condenaram e, ainda orou por eles.
Na nossa vida fazemos muitas coisas, boas e más; conscientemente, sabendo ou não o que fazemos, temos total conhecimento do efeito que os nossos actos podem ocasionar e, nem sempre há desculpa plausível como num após de leite derramado. Os actos errados surgem amiudadamente na nossa vida e, para nos limparmos, teremos de trabalhar ou interiorizar na prática do bem, dando continuidade a uma filosofia de mudança sem afectar o ego sempre subjacente; querer fazer melhor, é já um início de mudança que aos poucos surgem nos resultados. Quando erramos, somos responsáveis por aqueles que prejudicamos e, amiudadamente colocamos as culpas em outras pessoas. A vida é mesmo um mistério que tem em todo o “agora”, a certa ocasião para cada um se corrigir.
Tu, aceitaste a minha ajuda diz Pieter, e queiras ou não, venho também aprender contigo, porque quando nos inteiramos, compreendemos a necessidade de perdoar para sermos perdoados; sei o quanto, nos desvios, nos sentimos culpados e o quanto isso nos torna sombrios e infelizes; sei o quanto essas forças maléficas nos fazem sofrer. O certo, diz Januário, é compreender o erro, não mais errar e repará-lo com acções benéficas. Quando nos desarmonizamos com o bem, criamos um débito e, é aí que nos iremos sentir culpados. Se, esse mal não for reformado com amor, será seguramente resgatado pelo sofrimento. Com toda estas mensagens, dadas como em um rápido “curso de bem-estar e ficar de bem consigo próprio”, despedi-me da kianda-mor, confiante nesse refrigério (…) volitando plasmado.
GLOSSÁRIO: Kianda: - Espírito das águas na forma de sereia, ritos de Angola, fantasma, holograma; Ongweva: saudade em português (Umbundo); Kalunga: - divindade abstracta podendo ter a forma humana que preside ao reino dos mortos, em Umbundo é um Deus, em Kimbundo é o mar, sereia na forma de homem musculoso tipo o Adamastor dos Lusíadas.
Januário Pieter:- Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos.
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