KIANDA COM ONGWEVA - VII . Pistachos polvilhados
Por
OBA T´CHINGANGE
Podemos ajudar, esclarecer ou aconselhar, mudar para melhor, é um acto que cabe a cada um. Um prato de feijão com arroz, só aparecerá na mesa se, se trabalhou para tal; não é só ter vontade de tal coisa, que ela aparecerá do nada. Recordar que em uma passagem do Evangelho de Mateus, Jesus recomenda “não lanceis aos porcos as nossas pérolas”, uma indicação de que tal poderá ser valioso para as pessoas mas, o porco o que quer mesmo, é uma espiga de milho; isso sim, para ele é valioso. A bonita pérola, não lhe encherá o estômago! Quantas coisas fúteis preenchem o nosso dia a dia, desperdiçando esforços em vaidades, coisas que pouco ou nada contribuem para dar o real valor à vida.
Quando queremos guardar algo importante, por mais que precisemos esconder, queremos vigiar isso mas quase sempre descuramos essa atenção com o próximo; a razão consiste na má formação de muita gente necessitada mas, sem os valores primários porque nada lhes foi ensinado tornam-se por estupidez arrogantes; ao lhes darmos atenção, tornam-se inconvenientes e, a estes nunca se deve dar uma faca afiada porque não sabem como as usar devidamente. São este que mais necessitam de vigilância porque nem crianças foram; simplesmente, analfabetos, marginalizados, desajustados ou impregnados de iliteracia uterina, não sabem brincar a vida nem lhes dão o devido valor. Podem até ferir-nos de morte.
Volitando, plasmado pelas mãos da kianda-mor Januário Pieter, ia-me tornando aos poucos um conformado manobrador da palavra mediúnica, uma doutrina de farta sabedoria e, com um único objectivo: capacitar-me melhor no entendimento do verbo e preparado a não ficar muito apegado ao corpo físico; orar é em realidade como uma alimento espiritual, louvar e rogar ajuda, ou orientação. Isto é a forma mais agradável de planear o futuro pois que as condicionantes são esperançosas. Se a tudo isto polvilharmos pistachos cortados, raspas de laranja e barrarmos com generosas nozes de manteiga, faremos um hino à vida condimentando pensamentos que só devem ser servidos depois de ir ao forno.
GLOSSÁRIO: Paracuca: - jinguba com açúcar na forma de bolacha tipo torrão de Alicante. - Kianda: Espírito das águas na forma de sereia, ritos de Angola, fantasma, holograma; Ongweva: saudade em português (Umbundo); Kalunga: - divindade abstracta podendo ter a forma humana que preside ao reino dos mortos, em Umbundo é um Deus, em Kimbundo é o mar, sereia na forma de homem musculoso tipo o Adamastor dos Lusíadas.
Januário Pieter:- Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos.
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