"NELSOM MANDELA" – O Senhor de Howick, KwaZulu-Natal – I
Por
Soba T´Chingange
Por alturas do Mundial-2010 de futebol na África do Sul e estando eu por lá, escrevi assim: “A humanidade, realiza-se independentemente da cor, credo ou partido. Na história dos tempos, a verdade atravessa o globo com a força dum grande raio; a África do Sul não vai ficar à margem desse raio. Rezo para que a mudança de atitudes seja dócil como as águas mansas do Orange que indiferente, corre barrento pelo Kalahári. O multiculturalismo na sua retórica de “respeito às diferenças”, do culto nas “escolas de ressentimento” poderão contribuir para uma mudança social em modos pacíficos mudando conceitos de estar mas, não se prevê a curto prazo tal mudança, o que me leva a me manter céptico quanto ao futuro da África do Sul. Por agora o que vejo são altos muros com cercas eléctricas acantonando gentes em “farmes e plotes” cerceando a aproximação que se deseja. Poderei dizer ser esta uma “sociedade acantonada em Kibbutz” em que tudo gira entre medos guardados e resguardados em olharapos invisíveis” Agora que Nelson Mandela ultima seu destino para parte incerta nas montanhas do sua Howick relembro aqui as preocupações que se amontoam como pedras à semelhança dos muitos sítios fúnebres ao longo das encostas do seu KwaZulu por onde andei.
Mas agora, que Obama visitou aquela linda terra detenho-me a pensar no futuro desta: Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. Obama esperaria indefinidamente para se recandidatar. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 51 anos no Gabão, 38 no Zimbabwe, 38 na Guiné Equatorial, 38 em Angola, 36 nos Camarões e, por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 30 anos consecutivos no continente. E, Robert Mugabe será mumia quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano" à semelhança do que se passa em Angola, no Zimbabwe ou nos Camarões. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam a “folha” ou, seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente e ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os mwangolés de África não toleram opositores, não toleram a democracia. O mesmo irmão negro que hoje é saudado como Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos brancos, de outra bandeira ou mesmo de nenhuma.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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