“GALAFURA …” - Em terras de Miguel Torga
MUKANDA DO SOBA
T´Chingange
As sociedades vivem de mitos e, é por isso que caminhando serei sempre pobre, porque no pensar de muita gente, a fortuna não anda mais a pé; um contracenso que não conjuga com qualidade de vida, quando na cabeça de muita gente o importante não é ter dinheiro ou ser-se pobre, mas fingir de que não tem assim tanta falta dele, o dinheiro; ninguém quer ser pobre e, muito menos parecê-lo. Particularmente no dia de ontem fiquei rico ao desbravar terras já conhecidas do Alto Douro aonde o labor aparece circundando terras empinadas na forma de riscos verdes, ora em curvas ora em rectas bordeando lombas mais contra lombas suavizando os vales, talvegues sofridos entre xistos calorosos; xistos que após muito trabalho harmonizam parreiras de onde se extrai licorosos sabores, néctar dos deuses.
Na Galafura, descobri um dos miradouros mais bonitos de toda a região duriense, o miradouro de S. Leonardo, onde Miguel Torga “mergulhou” no rio e se embrenhou como eu na paisagem magnânima deste “sublimado Doiro”. Sobre uma pedra está registado um excerto da obra desse considerado escritor do século XX e, na qual o Douro é uma presença constante. Neste lugar contaram-me lendas e histórias, que aumentam seu encanto, paragem obrigatória para quem visita o Douro. Sem o petulante preconceito da burguesia hodierna, sosseguei na casa do Jorge e da Geruza, gente amanhada no ventre daquelas encostas solarengas; desejando-lhes paz dali fui saindo com umas ofertadas garrafitas do generoso néctar daquele escandaloso e estonteante verde ziguezagueando o amor de gente afável. E, afinal quem sou eu para ter atenções tão esmeradas; Com medo de andar só trouxe o herói do Quissoque, o hoquista santos Pereira lá de longe dum lugar chamado de Cabinda e a sua esposa, de nome Guia, o nosso GPS dos aflitos cruzamentos promovidos a rotundas e claro minha Bibi, companheira de muitos itinerários.
O Monte de S. Leonardo está localizado a Este do povoado de Galafura e a 566 metros de altitude. Aqui existiu um castro romano, do qual foi Governador Galafre, etimologia do actual nome da freguesia de Galafura. A povoação foi fundada pelos mouros na vertente Oeste do Monte de S. Leonardo, no lugar ainda hoje conhecido como Fonte dos Mouros; existem sepulturas cavadas na rocha, tendo aparecido utensílios identificados como sendo romanos, o último dos quais uma moeda de ouro, com a efígie e nome de Agripina. A povoação viu-se forçada a deslocar-se para o sítio onde se encontra, devido a uma invasão de formigas, alguém que vindo do outro lado do mar e tendo viajado com Diogo Cão trouxe por caravelas e em seus pertences Quissonde, uma formiga predadora que arrasa aldeias ou kimbos. No fundo, esta visita teria de ter uma explicação do Soba T´Chingange e nem sei como me surgiu do nada esta novidade dos longínquos tempos de mil e quinhentos, mas que é verdade, é verdade. Juro mesmo!
O Soba T´Chingange
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