“RETÓRICA DA FÉ” – OS ESCRITOS DE NAG HAMMADI
Por
T´CHINGANGE
Deus é essencialmente indescritível.
Em Dezembro de 1945, um camponês árabe do Alto Egipto fez uma assombrosa descoberta arqueológica, cujas circunstâncias foram obscurecidas por boatos, devidos talvez, ao facto de o acontecimento ter sido fortuito e envolvido pelo mercado negro. Nas proximidades de Nag Ammadi, nas montanhas Jabal Al-Tarif, que tem mais de cinquenta cavernas, foram esculpidas e pintadas desde a época da sexta dinastia, há cerca de 4300 anos, para serem usadas como lugar de sepultamento dos mortos. Mohamed Ali Al-Samman revelou o que aconteceu quando escavando ao redor de uma rocha, fez o achado de um pote de cerâmica de quase um metro de altura. Temendo que pudesse ser a morada de um jinn (kianda, kalunga) ou espírito, Mohamed Ali hesitou em quebrá-lo. Ao considerar que poderia também conter ouro, quebrou-o com sua picareta e, descobriu que em seu interior haviam treze livros de papiro com encadernação em couro. Chegado a sua casa Mohamed espalhou os livros e folhas soltas sobre a palha amontoada no chão e junto à lareira; sua mãe admitiu ter queimado vários papiros que, juntos com a palha rápidamente atiçavam o fogo aos demais madeiros.
Mohamed Ali pediu ao sacerdote local, Al-Qummus Basilyus Abd Al-Masih, que ficasse com alguns deles. Raghib, um professor de História da região, viu um dos livros e supôs que fosse valioso pelo que os enviou a um amigo no Cairo para apurar seu valor. Vendido por comerciantes de antiguidades no mercado negro do cairo, os manuscritos logo atraíram a atenção dos funcionários do governo Egípcio. Aqueles funcionários compraram um e confiscaram dez e meio, dos treze livros a que chamaram de códices tendo-os enviado para o museu de Copta do Cairo. Uma parte do décimo terceiro códice contendo cinco textos extraordinários foi contrabandeado e colocado à venda nos Estados Unidos. A notícia da existência destes códices chegou ao conhecimento de Gilles Quispel, professor de religião da Cidade de Utrecht na Holanda, um estudioso de renome; entusiasmado com o achado Quispel pediu à Fundação Jung de Zurique que comprasse o material.
Verificando que faltavam algumas páginas ao códice, na primavera de 1955 deslocou-se ao Cairo e no Museu de Copta pegou emprestadas fotografias de alguns dos textos, correndo da volta ao hotel para decifrá-los. O que viu na primeira linha, encheu-o de espanto: “Estas são as palavras secretas ditas pelo Jesus vivente e escritas por Judas Tomé, o gémeo”. Teria Jesus tido um irmão gémeo como insinua o texto? A julgar pelo título, o seu conteúdo era o Envangelho Segundo Tomé que ao contrário do Evangelho do Novo Testamento, este apresentava-se como secreto.
Supõe-se que pelo facto de constituírem material proscrito quanto à sua ocultação na montanha de Nag Hammadi, sejam o resultado de ásperas disputas quando da formação primitivo cristianismo. São estes escritos de Nag Hammadi que circularam no início da era cristã e que foram denunciados como heresia pelos cristãos ortodoxos a meados do século II. Não é novidade que muitos dos primeiros seguidores de Cristo, foram condenados por outros cristãos como heréticos.
Bibliografia de referência: Os segredos do Código por Dan Burstein
KAPIKUA (capicua): O que se lê igualmente da direita para a esquerda ou vice-versa e ao qual se atribui boa sorte.
Ilustrações de T´Chingange
(Continua…)
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