“UM DIA ” - No labirinto do Mundo . 2º de 2 Parte
Por
T´Chingange
Um dia afastado do lusco-fusco, fiz de mim um corsário, daqueles que brincam com o fogo e, armado de contraluz, embeveci-me por uma ucraniana comestível, de carnes leitosas, olhos de alfazema e sabor a manga rosa; ela cantava e dançava só para mim conforme ela dizia, com brilho de inverdade; um dia surgiu com uma cobra de Poconé do Pantanal, comprida, gorda e mansa mas, de aspecto arrepiante; esta dita cuja cobra, enroscava-se em seu corpo durante as danças exóticas, nunca tendo dado mostras de mau carácter até que uma noite em que Capristana se apresentou com um enfeite de diadema de plumas no penteado, aconteceu. Aconteceu que o animal rastejante, confundindo o toucado com um papagaio e seus dois olhos faiscantes, verdadeiros diamantes do Cafunfo, pouco a pouco, estrangulou a sua dona na firme convicção de que a estava salvando; Capristana estava condenada a morrer estrangulada! Eu, nada ouvi e vi, tal era a dose de liamba, da melhor erva vinda do Buco-Zau; O corno manso, que era eu, simplesmente dormia neste sucedido! Ninguém acreditou mas o facto ficou mesmo consumado.
Nesse então, tempo de garanhão, marcava com riscos a parede do mukifo junto à cama e, as garinas que ia adicionando à colecção, ou papando como diziam os rosqueiros do meio de Tando Zinze. No correr das conquistas com riscos fui dando o jeito a estes por forma a que dali, surgissem flores estilizadas no colorido; A parede foi ficando cheia de inspirações na forma de girassóis. Alguns anos a fazer de galo-papão, as veleidades começaram a ter a estrutura moral de artista excêntrico cedendo sempre às tentações das funções orgânicas até que, tomei conhecimento de que meu corpo estava a converter-se em meu inimigo.
Com a barriga na forma de promontório de abade, foi-se tornando difícil vestir as cuecas. Havia sempre umas pedras roliças a desestabilizar o equilíbrio; de estrutura debilitada recorri aos chás do Mayombe e, entre murmúrios e águas de alfazema ou cú lavado, o pau-de-cabinda, minimamente fazia jus à sua fama. O soba de Bumelambuto enviava-me periodicamente os mais variados chás de kimbanda à mistura com o milagroso pau do Buco-Zau. Já de cabeça grisalha apaixonei-me em Lândana pela tatuagem de um dragão preto nas coxas de Charllôtte. Foi neste então, já de cabeça cheia de bruma e de alma algodonosa que o soba do Bumelambuto me disse: -Não há nada mais libertador do que a idade. Sukwama! Tinha mesmo razão.
O Soba T´Chingange
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