PARA REFLETIR – No tempo em que eu era o Tonito
Por
T´Chingange
Desde sempre e, que me lembre de ser gente, observei que as leis foram inventadas pelos fortes para dominarem os fracos que são muito mais; sempre observei amizades incipientes desde o tempo em que os cuspidores de prata eram usuais e era admissível ou, sem reparo, cuspir-se em público; sempre foi mal visto o acto de cuspir para o ar e até havia a polícia dos costumes a multar incumpridores que cuspiam para todos os lados fazendo grafites com escarros coloridos e até raiados de tísicos assombros com desenhos obscenos; havia os rufias catadores de aconchegos entre as putas dos cais que usavam a cuspidela na cara dos outros como extremo desprezo. Os estudantes gozavam com a lei acendendo isqueiros segurando uma telha por cima de suas cabeças; era lei no uso de isqueiro, pagar um imposto com isenção quando usados debaixo de telha. A lei mesmo que absurda, torna o impossível admissível.
Hoje já não se vê escarradeiras nos corredores de hospitais ou salas de espera, nem mesmo nos casarões palacianos mas, aí por mediados do século XX, recordo os casinhotos de retrete da minha escola, um lugar da Beira Litoral chamado de Barbeita a escassos quilómetros de Viseu; neste tempo, ia para a escola como no tempo da idade média com uns tamancos feitos em madeira de pinho e recobertos com couro de boi na sua cor original; as retretes da escola ficavam no fundo do pátio, casinhotos mal cheirosos tendo no seu interior uma barrote longitudinal em cima de um estrado, um tudo nada mais elevado de forma a ser usado de cócoras; As frestas eram mais que muitas que o inverno congelava o rabiosque. Ali se apoiava o rabo ficando com o sim-senhor ou fio-fó por cima do esterco fedorento; periodicamente alguém, talvez o continuo, botava ali giestas, alfazema, alecrim ou rosmaninhos para atenuar o mau odor e o aspecto repelente. Escusado dizer que aquele barrote estava imundo de sebeiroso, mesmo com merda seca.
Hoje que penso muito e rezo pouco, recordo os tempos em que ninguém, mesmo dando pontos sem nó, os primos escolhiam recantos rupestres para se amarem entre monturos de palha e farfalhos de milho, descobriam ali segredos de seus corpos acariciando-se com curiosidade, averiguando as diferenças aturdidos pelo pudor, mais tarde a culpa, maquilhada com muitos tabus de sacristia, ai Jesus, credo, que Deus nos ajude. Naqueles tempos, mesmo sem crise, íamos crismando vergonhas de pobre e, havia muitos, muito mais que agora. Hoje a pobreza será outra, a das pessoas arruinadas porque perderam o perfil e, agora são obrigadas a aparentar o que não têem; tudo por força da crise e roubos subtraídos pela lei do governo, outra vez a velha lei. Creiam, … Isto vai continuar como sempre foi, uma merda.
O Soba T´Chingange
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