Sábado, 1 de Novembro de 2008
MALTA E AS JOANINHAS DA MIZÉ

     FEROMONAS  DE  MALTA

                 Joaninha, um bezouro disfarçado de turista

    

Do gosto de empilhar palavras entre verbos e adjectivos, falo coisas com gente amiga e, num repente de visita enferrrujada em coisas banais, incentivei a Mizé a descrever o tormento de fazer turismo num monte cheio de Joaninhas. Era tanta a preocupação de não as pisar que andou dez passos em vez de cem, engalanando-se de gozo na Ilha de Malta.

Estas pequenas coisas da vida, às vezes, dão o consolo duma meninice recordada dos prados ou, entre cardos.

- Vivendo à mais de  trinta anos no Algarve, região pouco poluida de Portugal raramente tenho o previlégio de ver uma Joaninha ou outros bezouros que me  fizeram delicias numa meninice em terras de Altura e Messines. Foi assim à laia de prólogo que Mizé deu o seu próprio mote de saída e, prosseguiu.

- Sorte igual não têm a minha neta que com três anos não conseguiu ver ao vivo e a cores a Joaninha e, pela qual, ela tem uma paixão. Joaninha avoa, avoa que o teu pai foi para Lisboa é a cantilena que de quando em vez relembro em tom de curta balada.

- Quando atravês do DVD ela vê uma Joaninha salta de animação e quer ir vê-la a Lisboa.

- Lá bem no alto, a três mil  metros de altura, algo de inédito aconteceu após sairmos do autocarro que ali nos levou. Fiquei pasmada por ver tanta e por todo o lado, joaninhas; na entrada da loja de lembranças os artigos estavam pejados delas. O nevoeiro e frio  de alguma intensidade foi amenizado com um café bem quente.

- E foi no vulcão Etna da Sicília, lugar de energia cósmica, que senti no quanto somos uma insignificância perante a magestosa natureza que depois de tanta terra ardente se transformou em vida. No chão preto de lava havia milhares de Joaninhas.

- Naquele lugar mais perto do céu e ar puro, bafejei a vida em goticulas de paz, o verdadeiro paraíso das Joaninhas.

- Na descida fui descortinando a lonjura da lava jorrada por muitos quilómetros, pontos minusculos de vejetação e nas sucessivas curvas, telhados de casas assentes no chão; a vida não pára com uma tragédia, recomeça sempre numa permanente adaptação.

- Senti que ali o certo e o errado são coisas que não existem; fui encontrar naquele pequeno espaço de tempo, também, que dependo só de mim para ser, fazer ou ter.

- Naquele dia senti-me  um ser tão especial quanto qualquer outro, trazendo dali uma mensagem para a vida e, sobre a vida de todos os dias.

- Não preciso de nada para ser feliz, basta que o queira e como a lava dali, nada vou exigir à mãe natureza para reciclar a vontade de o ser como a joaninha.

Noite alta, num silêncio de paixão pasmada eu, o relator, fui descortinar entre farrapos de enternecidas recordações e angústias de estátuas helénicas da Web um insecto da familia “coccinellidae”popularmente conhecida como Joaninha. Possui um corpo semi-esférico cabeça e patas pequenas com  asas de menbranas grandes. Protegidas por uma carapaça quitinosa podem medir até 10 milimetros e vivem até 180 dias. Seus ovos eclodem em uma semana. Possui duas antenas que servem para, pelo olfacto, dectectar as feromonas. Há cerca de 4500 espécies distinguidas pelos padrões de cores e pintas da carapaça.

A Joaninha mais vulgar na Europa é a “cycloneda septempuntacta”que apresenta geralmente uma a sete manchas pretas sob fundo vermelho e, por isso é também conhecida pelo nome de joaninha-de-sete-pintas.

Da minha lavra acrescentarei que este lindo insecto provávelmente foi trazido da Austrália pelo Cristovão de Mendonça  quando ali aportou com o seu bargantim São Cristovão, duzentos e quarenta e oito anos antes do tal James Cook, em 21 de Agosto de 1770.

No meu quintal, não necesitaria de fecundar o maracujá caso tivesse umas quantas joaninhas. Necessito urgentemente dum bezouro ou joaninha  para dar vida ao meu maracujá e sentir todos os dias essa coisa de sensação bela que Mizé sentiu lá na Malta.

 

O Soba T´chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:58
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2 comentários:
De Rosali Godoy a 4 de Setembro de 2014 às 20:13
Cheguei até aqui nas asas da joaninha. Amei... tudo, o jeito de escrever, a música, o tema. Obrigada, de Ouro Preto> Minas Gerais>Brasil


De kimbolagoa a 15 de Outubro de 2014 às 10:18
Desculpe só agora dar resposta às suas falas! Escrevo por prazer e exercitar meu templo! uso minhas próprias expressões mistura de muitas vivencias. Podemos estar mais próximos através do facebook por mim próprio ou o grupo de KIZOMBA. De todo o modo tentarei entrar em contacto consigo! Um abraço


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