DESANOITECI EM ZANZIBAR - XI
Verdade ficcionada
Por
T´Chingange
A azáfama da roça de Boyoma andava por si só; o negócio prosperava tanto no tocante ao cacau como à salga de peixe mas, a intensa humidade da região de Kisangani tolhia-me a velhice não obstante tomar com rigor as mezinhas do kimbanda Good Lukuga. O peso dos anos na gratificante tarefa de missionário e empresário, sem um familiar próximo nem meios de moderna medicina para exterminar coisas ulcerosas e reumáticas, levava-me a considerar a venda deste meu legado. Mustafá Joshua Naili, subtilmente, tocou-me no assunto perante as minhas taciturnas palavras de ânsia ressacada quando da sua ultima visita.
Naquela luxúria de sultão, amiudadamente recordava os tempos passados na cidade de Mji Mkongwe na ilha de Zanzibar, terras de brasas de entontecer a alma e, era isto que me bebia as lágrimas medrosas transtornando-me as fases de humor; daquele aroma de mestiça de beira-mar de graça irresistível, simples e primitiva, toda feita de pecados com muito de serpente e de mulher quando se enroscava em mim. Faltava-me aqui esse grosso prazer bamboleando-me a sofreguidão de gozo carnal de fazer tremer o pensamento. N´Zau Tati Bumelambuto garantiu-me poder encontrar isto em sua terra natal na foz do rio Chiloango chamada de Lândana.
Pensando seriamente dizia para mim mesmo que era agora a altura de gozar meus proventos em terras civilizadas, sair deste primitivo fim de mundo. Cabinda não me saia da ideia após ter conversado longamente com N´Zau Tati que adiantou ser filho de Tali-e-Tali, Príncipe Regente do Reino de Kakongo que no morro de Chifuma e com outros chefes, tinha assinado um acordo com Portugal em Setembro de 1883 com Guilherme Augusto de Brito Capelo. Este, era um oficial da marinha em representação de Portugal, garantindo-lhes protecção por parte de Portugal. Em toda a conversa que tive com N´Zau Tati, o que mais me prendeu, foi a de haver ali melhores condições de terras para cultivar cacau e que seu pai decerto veria com bons olhos entrar em negociações para usar as terras de Buco-Zau.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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