FABRICA DE LETRAS DO KIMBO
AQUALTUNE E GANAZUMBA
Aqualtune era uma princesa que tudo indica pela estirpe ser filha do Rei N´gola Kiluanji Kabassa. Esta, por fruto de vingança de Paulo Dias de Novais, foi aprisionada juntamente com os principais makotas e jagas desse reino e outros reinos menores que lhe deviam obediência. Estes prisioneiros passaram a ser simples peças para os negreiros mercadores de Massangano e Makulussu.
Há historiadores que referem Aqualtune como sendo filha do rei do Kongo; genericamente referem-se aos reinos de Angola como se tudo fosse o Kongo. Em realidade o Kongo ficava e fica situado a norte do rio Dande e o dialeto falado é o Kicongo e não o Kimbundu da região dos Dembos e Matamba.
Muitas vezes os auxiliares dos pombeiros na chamada “guerra preta”, eram os próprios chefes negros, os sobas, que trocavam seus súbditos por vinho, tecido, sal ou pólvora. Aproveitavam-se das suas disputas, "guerras constantes" para tirar benefício disso.
Para um melhor confronto de idéias o dialeto Kimbundu era falado em N´Gola ou N´Zinga, Bondo, Bangala, Halo, Cari, Chinge, Minungo, Songo, Banbeiro, Kissama, Libolo, Kibala, Haco e Sende. Foi este dialeto que originou a grande parte de vocábulos encontrados na “Cerca dos Macacos” situados na Serra da Barriga, atual União dos Palmares.
Aqualtune, embora tenha sentido a proteção dos demais súbditos kimbundos conhecedores de sua linhagem nobre, acabou, no entanto por ter como destino um Porto Galinhas (Recife) como todos os demais. Não era mais que uma peça a ser vendida pelo melhor preço como galinha do mato, capotas do reino diziam. Foi por ali perto, (Porto Calvo) que Alqualtune pariu Ganazumba, fruto talvez dum forçado amor para procriar aquele que veio a ser um dos primeiros fujões do Brasil e o 1º rei dos fujões negros de Palmares. Não obstante ser escravo mantinha as prerrogativas de nobreza entre as gentes Kimbundas perpetuando as atenções devidas.
Pelo anteriormente dito, Ganazumba (Ganza-Zumba), filho da princesa Aqualtune estava na linha direta de descendência do Rei N´gola Kiluanji Kiassamba.
O cidadão que em Angola, provavelmente em Muxima ou Massangano, viria a ser um Imbangala (Senhor das terras) dos Dembos, tornou-e o Rei do Quilombo numa terra distante. A história retrata-o indevidamente como um traidor por ter pactuado a paz com as autoridades sediadas em Recife, mas consta que essa paz solicitada pelos senhores do mando foi aceite por Ganazumba na condição de que, a todos os nascidos na “Cerca dos Macacos” em serra da Barriga, seria dada alforria de livre cidadão, o que veio a ser aceite.
A altivez nobre de Ganazumba e Zumbi não se perderam num porão nauseabundo dum galeão, nem num poste de Sanzala, porque o respeito pelos seus feitos gritou mais alto. Mesmo em situações de submissas vergonhas, as crenças não se perderam.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597 por cerca de 40 escravos ao que se juntaram outros “fujões“ brancos desavindos da ordem régia, ladrões ou gente de desacato perseguida pelos capitães de mato das fazendas e engenhos dos senhores coronéis.
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