A serenidade da Ponta Verde convidava a passear por entre coqueiros. Cada momento se transformava em um nobre instante de vontade. Havia ali, entre altos coqueiros, condições de uma envolvência agradável de plena satisfação espiritual, sem inibições.
O céu e mar ora azul ora verde esmeralda, compunham o panorama de encanto naquela Ponta. A aragem entrelaçava o cheiro de mar com ansiosos abraços de ondas e gente que iam até ali tendo como testemunha o Gogó-da-Ema, um torcido coqueiro que desafiava a todo o tempo o vento e a gravidade. À sua semelhança, pares de namorados arriscavam conquistas em aventuras, usando-o como um pretexto.
Aquele preciso pretexto, era o nectar da vida a pulsar, a galopar no meio duma estrela de uma longinqua galática, a empatia dum abraço ansiado, o apetite ao passeio, a vontade do encontro de gente por conhecer . A luminosidade para além do luar chegava chispando fagulhas.
Aquele era o lugar nobre do Gogó-da-Ema.
Fábrica de letras do Kimbo
o nectar dA VIDA
Até que numa tempestade, farto da vida agressiva, mal escorado, desajeitado como era caíu corcunda, molhado inteiramente numa tristeza sem fim. Foi a 27 de Julho de 1955 que isto aconteceu.
No lugar do defuntado coqueiro aleijado ficou um monumento a relembrar a sua docil corcunda. A vida tem destas coisas, Gogó, proporcionando tanto amor, veio a morrer por falta desse sentimento; as autoridades de então pouco fizeram para salvar o moribundo coqueiro.
Por sua causa quantas mães choraram, quantas Emas tiveram de casar e, tudo porque só queriam ver o mar e, o luar. Ficou a saudade, as noites de luar, os íntimos aconchegos, a silhueta dele com o mar e o firmamento mitologicamente conivente, zarolho, vendado.
O Gogó ficou como simbolo de Maceió. O folclore Alagoano, relembra-o porque deichou muitos parentes feitos gente, descendentes.
E... eu, fui ali; estava ali à procura de me encontrar, como viajante insaciável dum tão maravilhoso e enigmático acaso de forças invisíveis. Por aqui fui ficando.
Hoje quem por ali passa, sombras e imperceptíveis tremidos, rebocam névoas para longe dali; galgando o infinito do cais novo, o Jaraguá, um amor alado feito vapor com força de muitos invisíveis cavalos.
De olhos cerrados, num turbilhão perfumado de luz interior, pude caminhar pelas praias da Pajuçára e Jatiúca, tremendo numa mística sensação; pude entender melhor as vibrações doutros, ansiedades onduladas e cegonhas num céu de Paris.
Descobri os chakras, o canal de luz fluindo através de mim e Indícios de mudança, coisas desconhecidas de levitar num poiso quieto.
Como peregrino, ou viajante intranquilo, busquei registos, sem segredos. A Dona Rosa Casado quase por picardia, deu-me o tópico e mote, falar dum a árvore aleijada cheia de amor e,... como um dasafio gratificante, regador de insuspeitas tropelias e beijos clandestinos, aqui o transcrevo para que conste na Torre do Zombo, um lugar para lá do imaginário reino da qual sou Soba.
Esta liberdade dá-nos hoje a possibilidade de acreditarmos em nós próprios; aprendermos a gostar com respeito de tudo o que nos envolve, as árvores, as pedras, os animais brancos e os outros.
Neste lugar de muitos caminhos, poderia imaginar outro postal mas, esta foi a verdadeira foto, à auto-estima da dona do Paraíso da Massagueira, Dona Rosa Casado, de nome e de facto.
A partir de Sírios e Órion, saíu a raiz e espiritualidade de muitos séculos atrás e, através de Shiva, foi incorporado ao nosso corpo um código genético como um adquirido direito de nascimento para cada um de nós.
O Soba T´Chingange
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