FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
A LARA E O RIO SENA
Oportunamente, irei conhecer Paris, muito breve e, se Deus quiser. Este centro do mundo, entretanto virou um sonho: - numa ponte do Sena, parei junto a um recanto aonde um já velho senhor tocava sanfona, músicas da “Bell époque” de França, com arranjos e mistura de coisas crioulas, coisas de morna chorada, um fado. Fiquei simultaneamente surpreso e encantado com aqueles sons e, por ali fui ficando até confirmar ser este senhor de São Nicolau de Cabo Verde. A vida daquele distinto velho estava toda ela ali, exposta naquelas baladas, num recanto aonde cabia toda a sua vida.
Turistas da Globália entrecruzavam sons a combinar com o violoncelo que outro velho negro haitiano, de trancinhas encimadas por um chapéu rocambolesco, parecia gozar conosco, os turistas.
Estes velhos senhores, longe dos seus mares, estavam positivamente gerindo farpas de sobrevivência, dedilhando inibições, faltas e, coisas camufladas de nobre fingimento, porque ninguém quer ser pobre.
Têm no mínimo a felicidade de fugir a impostos, comissões, rendas, pagamentos por conta, previdência, seguros e, um montão de expedientes inúteis que só servem para atrapalhar; múltiplas incertezas, que tiram o sono, a liberdade a qualquer mortal.
Em chapéus exóticos recolhem moedas de agruras cantadas em ladainha que, nem sempre dão para o mata bicho.
A sonoridade da beira rio, mais para cá e para além das esplanadas tornavam as manhãs em encanto permanente inebriado de perfumes trespassando as sombras, e luzernas de gente espalhada.
Sentado no mais distinto palco do meu sonho, naquela pequena ilha fluvial de Saint-Louis completava-o com um café cheiroso e uma água,
A minha vida é isto mesmo, um regresso e abandono dum desconforme estar; ir e voltar, sentar-me para descansar em Paris.
Ali, tudo é efêmero, uma vida de sonho com perda do sentido da realidade, mistura de ritmos, cheiros e aromas.
E, ali está a Lara, minha neta, desfrutando a primavera da vida em um dia de Junho; promessa feita do outro lado do mar para ver as magias da Disneylândia, a torre Eiffel, o Louvre e este rio Sena, o palco das mornas e todos os fados da vida.
O Soba T´Chingange
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