Saúva é designação comum às formigas, especialmente as do género Atta, da família dos formicídeos, que conta com cerca de 200 espécies, nativas do Novo Mundo e abundantes na região neotropical. Elas cortam pedaços de folhas e carregam para os ninhos a fim de criar os fungos que constituem o seu alimento exclusivo. No Brasil, são uma das mais importantes pragas agrícolas.
São chamadas ainda, dentre outros nomes, de cabeçuda, caçapó, caiapó, carregadeira, cortadeira, formiga-cabeçuda, formiga-caiapó, formiga-carregadeira, formiga-cortadeira, formiga-da-roça, formiga-de-mandioca, formiga-de-nós, formiga-de-roça, formiga-saúva, lavradeira, manhuara, maniuara, picadeira e roceira.
As folhas e outras partes de plantas (tanto mono como dicotiledôneas) cortadas pelas saúvas são levadas para o formigueiro, para servirem de substrato para cultivar o fungo mutualista, do qual as formigas se alimentam. A nomenclatura deste fungo é controversa, recebendo diversos nomes como Leucoagaricus gongylophorus (este é o mais aceito atualmente), Leucocoprinus gongylophorus, Attamyces bromatificus, Pholota gongylophora (Moeller), dependendo do autor.
A içá ou tanajura, rainha das formigas, revoa em dias claros do começo da estação chuvosa, e, fecundada, inicia novo sauveiro. Traz no aparelho bucal uma bolota de fungo de seu formigueiro natal e a regurgita no novo sauveiro, irrigando-a depois com sua matéria fecal.
Cerca de 99% das içás não chegam a formar sauveiros maduros.
Controle natural
Em vôo, as içás são devoradas por pardais, andorinhas, sabiás e outras aves.
No sauveiro novo, são atacadas por tatus e insetos predadores.
Culinária (Somentes as Rainhas, Içá ou Tanajura)
Diversas espécies eram consumidas pelos índios brasileiro fritadas em salmoura e misturada com farofa. Essa tradição foi passado para os sertanejos e tropeiros, o qual ainda nos dias actuais não deixa a tradição ser exterminada.
Também no nordeste brasileiro, as tanajuras fazem parte de um cardápio exótico, sendo iguaria em mercados públicos como o de São José -Recife - PE.
Aperitivo de formiga: |
Quando o padre Anchieta chegou ao Brasil, um hábito curioso dos índios lhe chamou a atenção: em determinada época do ano, os nativos ficavam ansiosos para colher, aos saltos, 'frutos' que vinham do céu. Corriam alegres e enchiam vasos e mais vasos desse alimento que, torrado como amendoim, provocava verdadeiro deleite em toda a tribo e até nos homens brancos que o provavam. Os 'frutos', na verdade, eram formigas de abdómen avantajado, conhecidas por muitos como tanajuras ou içás. Segundo uma lenda indígena, foi uma cobra pequena quem ensinou aos índios consumir esse inseto. Certo dia, eles viram o réptil comendo a saúva, experimentaram e perceberam o quanto era gostoso. De fato, o gosto da tanajura lembra muito o do camarão. No entanto, não é somente o sabor que faz desse inseto um prato bastante apreciado pelos índios e também pelos caboclos das regiões rurais do Brasil. A 'carne' da içá tem alto valor proteico. Segundo o biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, as formigas da espécie Atta cephalotes, por exemplo, contém aproximadamente 44% de proteínas. Já a carne de frango e a de boi possuem 23% e 20%, respectivamente. Esses insectos são também ricos em sódio, potássio, ferro e cálcio. Além da Atta sexdens e da A. cephalotes, outras formigas bastante consumidas no país são: A. laevigata, A. bisphaerica, A. opacipes e A. capiguara. Uma iguaria como essa tem seus diversos modos de preparo. Um deles, o mais comum, é torrar a formiga com óleo e sal como se fosse amendoim. Outra forma de preparar esse maná caboclo é separar as pernas, a cabeça, e misturar o abdômen com alho, farinha de mandioca e levar tudo ao fogo até formar uma paçoca. Em Santa Isabel, SP, há quem coloque tanajuras em garrafas com cachaça para deixar a bebida com gosto de mel. | ||
Mas não são só o sabor e o valor nutritivo que fazem da içá um petisco importante na cadeia alimentar. Quando o homem colhe esse insecto na época da revoada está contribuindo para a diminuição do número de formigueiros. Mesmo assim, a cada duas mil fêmeas do sauveiro, apenas quatro conseguem montar uma nova sociedade. As demais são predadas por aves, aranhas, tamanduás e até por outras formigas da mesma espécie. No sudeste do Brasil, a reprodução dessa formiga acontece entre os meses de Outubro e Dezembro, durante a primavera e o início do Verão. Em outras regiões do país, o acasalamento entre içás e bitus pode acontecer até Abril. Durante o voo nupcial, a fêmea recebe espermatozóides de até oito machos e os armazena em uma estrutura chamada espermateca, podendo gerar milhões de descendentes. Quando a tanajura retorna do voo nupcial, ela retira as asas e inicia um novo formigueiro. Considerada uma praga na lavoura, tornou-se célebre na frase do naturalista francês Saint-Hilaire que disse: 'Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil', e chegou até a ser excomungada pela Igreja Católica. Hoje, no entanto, conseguiu sua redenção no prato de alguns brasileiros. JAMBA (por Terras de Vera Cruz) |
|
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA