FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
MIRAFLORES EM ESPANHA, 15 DE JULHO DE 2009
As aventuras não têm tempo, não têm principio nem fim, são uma permanente descoberta de novos pedaços de infinito.
Imaginando estórias de verdades multifacetadas no convívio da natureza, metaforizo o rigor de paradoxos e, às vezes translado-me como um alograma, quase sempre com kiandas viajando ao meu redor; apanhados de curibotas, mugimbos que dão carícias às pequenas coisas da vida.
Gente gira do mundo cósmico recorda-me lembranças batucadas, xingam mambos e lançam palpites que registo; algumas verdades parecem mentiras e o inverso também se verifica.
Desta vez o encontro entre mim e Januário Pieter não foi surpresa. Sentado na amurada do rio Arlazón, na quina da “Puente de Santa Maria” admirava o arco com o mesmo nome, uma das principais portas de entrada aos peregrinos que se dirigem a Santiago de Compostela.
Pieter apareceu vindo do “Paseo Espolón” ficando a admirar a figura de uma velha senhora em bronze assando castanhas à entrada daquele parque.
Pieter e eu, deslocamo-nos à “Plaza del Rei San Fernando” e tiramos uma foto ao lado do peregrino que ali se mantem indefinidamente sentado, bronzeado e segurando um cajado, uma cabaça e uma concha de vieira, símbolos de Compostela; por detrás de nós ficava a imponente catedral.
Pieter, falou-me de novo na visita que iria fazer a Cartuja de Santa Maria de Miraflores, não só para detectar vestígios de seu pai nos escritos da sacristia do monte, como também, para admirar a obra desse remoto primo Gil de Siloe.
Senti impaciência em Pieter e, sugeri-lhe que fosse pela fresca e em tempo, pois que o sacrista monge Bruno que o aguardava, deveria ser muito metódico e pontual como todo o bom monge.
Enquanto a Kianda Pieter seguia seu rumo, detive-me a admirar a catedral e pensar com meus botões no fenómeno dos Caminhos de Santiago; não resisto a descrever de forma simples de como surgiu.
Os homens sempre alimentaram mitos mas, este, carregado de vaga-lume e lusco-fusco e é assim:
- O monge Pelayo e o bispo Teodomiro após terem visto uma chuva de estrelas em terras de Galiza, souberam ambos, interpretar o significado e dirigindo-se para o lugar compreenderam que era ali, no sítio de Compostela, que se situava a tumba do apóstolo Santiago. Decorria o século IX quando esta chuva de estrelas estabeleceu as mais importantes rotas de peregrinação na Europa medieval.
Santiago “O Mayor”, foi um dos discípulos mais próximos a Jesus. Junto a Pedro e seu irmão João, os três estiveram junto a Cristo nos momentos mais importantes de sua vida. Santiago, no ano 44, morreu atravessado pela espada dum soldado às ordens de Herodes; este queria a todo o custo travar os ânimos dos Cristãos, que excessivamente, faziam afronta às suas ordens.
Os discípulos de Santiago, seguindo a tradição, recolheram o cadáver, puseram-no num caixão e navegaram em barca ao longo do Mediterrâneo e Atlântico até às terras Galegas aonde o apóstolo havia pregado e, aonde se lhe deu sepultura. Não foi fácil essa viagem e, quase ao chegar ao destino, tiveram um naufrágio junto à costa de Portugal, lugar que ficou sempre conhecido como Vieira do Minho.
A vieira, simboliza assim a salvação. O caixão com suas relíquias conseguiu salvar-se graças à ajuda de populares que com cordas e bois daquela região, puxaram os salvados para terra firme. Os bois de grandes cornos, foram a partir daí, abençoados como raça nobre.
Continua ...
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