FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Cangaço moderno
NORDESTE BRASILEIRO
12 – NOSTALGIA INQUIETANTE
Inquieta o espírito indagar nos dias de hoje, saber que o cidadão do povo, tem benevolência de santo, perante a figura do cangaceiro; a acção anti-progresso de Lampião aos olhos do sertanejo ou o Nordestino em geral, não foi naquela época e não o é agora um símbolo de infelicidade; é amado e relembrado em quadros e esculturas em restaurantes, lugares públicos, num sentimento de mística saudade.
Neste contexto nostálgico recorda-se que o “coronel” Hercílio, prefeito e chefe político de Propriá, nos anos trinta, amigo fraterno de Lampião e sua companheira, os alojava em Laranjeira e Aracaju capital de Sérgipe, disfarçados, eram recebidos para permanência alargada de confortável descanso, consultas médicas e, assim tratados com requisitos de fidalguia, banqueteavam-se com amigos próximos, comendo do melhor queijo e bebendo vinhos finos e conhaque macieira de cinco estrelas a digerir os repastos.
Em quatro de Outubro de 1911, na vila de Juazeiro, estado do Ceará, o Padre Cícero Romão Batista reuniu-se com 17 “coronéis, 3 “majores” (civis), do qual fizeram publicar aquilo a que se chamou “O pacto dos coronéis em Juazeiro”. A acta da reunião magna deste pacto com nove artigos, faz menção de ter sido o padre Cícero a dirigi-la; o mesmo que veio a ser santificado e venerado em todo o Nordeste.
É vulgar ver a figura dum velho meio curvado na idade, padre de batina preta, chapéu de três bicos de prior, com borboleta vermelha no topo, metido numa redoma transparente nos largos ajardinados ou praças públicas de quase todos os povoados. Num qualquer desses lugares, lá está no cimo duma peanha em cimento o Padre Cícero e, a rodeá-lo muitas e variadas flores.
Nas encruzilhadas e bermas de estrada, pequenas esculturas deste padre, lembram ali naquele local uma qualquer tragédia que, por acidente de carro ou uma qualquer quezília equacionada a facão afiado levou o corpo; alguém que se amou é recomendado àquele santo pároco, invocando-o desta forma para enaltecer a alma do defuntado.
Alguns homens da igreja colocam o facínora Lampião numa redoma de herói; até o meteram no altar ao lado do padre Cícero incensando o cangaço em actos religiosos públicos, turíbulo que vai, turíbulo que vem, botam fumaça tão densa que não dá para enxergar direito a verdadeira estória. Toda esta postura no seio de gente tão profundamente católica tinha um efeito incentivador e até catalizador entre os mais jovens, carentes de ideais modeladas em valores.
Lampião deste jeito era visto como gesta de epopeia na história do sertão, tal como a conquista do Oeste nos Estados unidos; ali e aqui, a winchester calibre 44 afamavam matadores de onça ou gente.
13 – OS CANGACEIROS PORTUGUÊSES
Francelino José Nunes, casado com Quitéria era o procônsul de Lampião no sertão de Alagoas; era Português e tinha esse nome de guerra comandando o grupo, tendo Pedro Roxa, Velocidade, e Barra-de-aço como os seus mais próximos.
Nunes entregou-se às autoridades no início de 1939. Tenho indícios de que este Francelino é o mesmo que veio a fugir para Angola, um lugar chamado de Lubango (Sá da Bandeira no tempo colonial). As informações de Xicoronhos (naturais do Lubango), Maconginos amigos, dão como certo haver um colaborador de Lampião na cidade e que veio a ser um cidadão cumpridor na profissão de serralheiro ou ferreiro. Não deixou de lidar com o fogo, as armas brancas e a forja, com quem estava familiarizado na arte e uso do facão. Desta feita malhou o ferro amaciando-o na bigorna fazendo portões.
Do português Moita Brava não encontrei outras referências; ficou na penumbra do lusco-fusco do esquecimento medíocre e, ainda bem que assim foi porque, a bravura do crime é para ser esquecida.
( Continua... Cangaço moderno... XXIII)
O Soba T´Chingange
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