FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Herói do olho caído
CANYON NO RIO S. FRANCISCO
Por esta declaração, pode deduzir-se, o quanto era invejável a logística do cabra do cangaço.
Um sobrevivente ao combate final de nome “O Balão”, relata como a costureira, referindo-se à metralhadora, deu a sua sinistra gargalhada naquele dia de 28 de Julho de 1938 pelas 5 horas da manhã. Rompia o dia quando aquela bordadeira nos costurou.
- Estávamos acampados no Rio de São Francisco; Lampião reuniu os homens e leu um missal encardido em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das barracas, respondendo amem e batendo a mão no peito na hora do Senhor Deus. Amoroso foi buscar água para o café e, foi quando se agachou no córrego de onde veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras a uns vinte metros da barraca de Lampião. Pedro Cândido, o traidor tinha dado ao sargento a posição das barracas e disposição das camas. Mergulhão foi cortado ao meio quando se levantava.
Eu mantive-me deitado, coloquei o bornal de balas no ombro direito, calcei uma alpercata e, quando me levantei vi o soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. Num repente, ele estava com o cano da sua arma encostada na minha perna e eu, apontava o meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos! Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão.
As balas batiam nas pedras saltando faíscas e lascas, ouviam-se gritos e, com o eco, na gruta parecia um inferno.
Levantei-me devagar; o soldado estava morto e, minha perna não fora quebrada. Foi então que vi Lampião caído de costas, de cara voltada ao lado, com uma bala na cabeça.
Moeda, Tempo Duro, Quinta-Feira, todos estavam mortas. Contei os corpos dos amigos: - Nove homens e Maria Bonita. Maria Deá Oliveira, ferida, escondeu-se num recanto da gruta.
Luís Pedro, gritou que ia pegar o dinheiro e ouro na barraca de Lampião mas, caíu atingido por uma rajada. Corri até ele, peguei seu mosquetão e, com Zé Sereno, consegui furar o cerco. Tive a impressão que a bordadeira enguiçou no momento exacto; para mim foi Deus que me deu uma mão. (fim de citação, Guerreiros do Sol de Frederico Pernambucano de Mello).
Lampião caiu às mãos do tenente João Bezerra da Silva, comandante geral da tropa volante do São Francisco.
Foi em Angico, naquela “cova de defunto” no linguajar de Corisco; tudo se defuntou naquele sítio perto de Piranhas, no lábio do rio, caminho de água com pancada mansa e flocos de areia enforquilhadas em lajes íngremes, altos arrifes.
O capitão honorário “herói do olho caído”, morreu de bruços com um tiro na testa.
Gente contactada por mim, natural de Água Branca, perto de Delmiro Gouveia disse-me que entre Lampião e João Bezerra havia um trato secreto de corrupta relação entre estes dois trastes, palavras do entrevistado e mais disse, que entre o trato de gente marginal do cangaço e as autoridades constituidas em volantes não havia diferença. Textoalmente foi-me dito que se era morto por dá-cá-aquela-palha e por ter cão ou esfolado por não o ter; leve o diabo à escolha.
O tenente João Bezerra recebia beneses por encobrir e fazer teatro de diversão para enganar os seus superiores mas, um dia a pressão destes não deu para encobrir, nem avisar o companheiro de compadrio.
( Continua... 2ª Parte - O Velho Chico ... XXV)
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA