NAS FRINCHAS DAS CINZAS . Angola a Preto e Branco – (Uma homenagem a João Charulla de Azevedo do Notícias) - Kazumbi com kalunga… Nem sempre é necessária a verdade para se ficar verdadeiro….
AS CARTAS DE CHAMADA
Por
Luís Magalhães … Esta história muito real é aqui relembrada porque as pessoas diziam que só os negros é que eram explorados? Perante tal ignorância tenho a dizer que os colonos e os colonizadores exploravam tudo e todos sem dó nem piedade (...) Acredite quem quiser!
O meu Pai era um dos que ajudava as pessoas que queriam singrar na vida ao ir trabalhar para Angola uma vez que conhecia meio mundo, depois de falar com as "gentes poderosas" mandava cartas de chamada para os que lhe tinham feito o pedido porque nos tempos da "Outra Senhora" era assim que o sistema funcionava. Eu, da parte que me toca não foram poucas as vezes que essa gente que o meu Pai ajudava, terem passado por minha casa para assim o meu Kota os por ao corrente do trabalho que iam ter aproveitando para lhes falar acerca do perfil do Patrão.
Penso que andou tudo dentro da normalidade até ao dia em que o meu Pai vê em Luanda o senhor Monteiro (era contabilista) uma pessoa que ele tinha ajudado juntamente com a família (tinha cinco filhos) e na sua boa-fé perguntou-lhe como ía de vida? O senhor Monteiro lá começou a contar o calvário da sua vida desde que chegou a Angola e o meu Pai perante isto convidou o senhor Monteiro a ir lá a casa almoçar, até para se melhor inteirar da situação…
Foi quando todos ouvimos o senhor Monteiro contar a sua saga?! Ele então, lá contou que foi trabalhar para uma fazenda onde mal lá chegou, o meteram a ele e á família (eram sete pessoas) numa casita com três divisões! Nessa Fazenda havia uma cantina onde faziam a despesa do mês e o trabalho dele era andar á noite de mota ou de Jeep a vigiar a Fazenda e da parte da tarde tinha que controlar os empregados.
Quanto a dinheiro, praticamente não havia nenhum porque o patrão entendia que pagava tudo ao empregado e como tal não necessitava de dinheiro naquele meio em que viviam que era o mato. O meu Pai ouviu tudo isto numa mistura de indignação e incredulidade porque entendeu que aquilo era escravatura e tratou logo de arranjar outro modo de vida para o senhor Monteiro. E, na mesma hora, arranjou-lhe um emprego, numa empresa que se chamava Construções Técnicas.
Uma opinião: O meu pai também chamou família e amigos mas, deu no que deu! Todos passavam lá por casa e fomos muito felizes até que surgiu um tal de MFA com regras espaciais; fomos todos para o espaço…
Opinião da Linda: Meu pai também chamou desse modo amigos mas, havia um mas que desconhecíamos! Afinal só estávamos ali para estagiar a vida! Até que nos ofereceram em 75 uma viagem grátis sem retorno, assim graciosamente; talvez por isso nos chamaram de retornados!
Luis Mascarenhas
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