A MUNDO É PEQUENO . Na precisão de largueza para enrijar…
Por
T´CHINGANGE - Nasceu em águas internacionais num vapor chamado Niassa. É cidadão do mundo, Angolano na diáspora - Mazombo por condição; anda pelo Mundo à procura de si mesmo! Tem cédula de Brasileiro, B. Identidade do M´Puto. Anda às arrecuas para fugir à regra, um seu pessoal paradigma.
Hoje inicio o dia caminhando por uma hora e ao longo do mar verde de Maceió, cor esmeralda. Apanhei da areia duas amêndoas caídas da árvore aqui conhecida por amendoeira-da-praia para me ginasticar o punho, os dedos, a falange, a falanginha e a falangeta. Pelo facto de irem caídas, desta forma fiquei com as mãos desentorpecidas. O tempo ensina-nos a forma de minimizar a pouca flexibilidade do corpo pelo envelhecimento. A árvore chamada aqui de amendoeira-da-praia tem em outros lados nomes diferentes como castanheira, árvore-de-anoz, castanholeira, coração-de-nego (no Maranhão), sete-copas, chapéu-de-sol, guarda-sol, figueira-da-índia (em Angola) e caroceiro (em São Tomé e Príncipe).
Sendo típica de regiões tropicais, atinge grandes dimensões podendo ir até 35 metros de altura. Especula-se que seja originária da Índia ou Nova Guiné. Em Angola ainda em jovem mais os kandengues do Bairro da Maianga e, a caminho da escola José Anchieta ou de Aplicação e Ensaios no Largo D. Afonso Henriques atacávamos estas no lugar de parque Heróis de Chaves, bem por detrás do cine Restauração que veio na independência a ser promovido na Assembleia Nacional por vontade do MPLA. Aqui no Nordeste brasileiro, ninguém parece ligar à mas desta amendoeira mas, nós kaluandas comíamo-las; as mais amarelinhas.
É curioso saber-se que no Brasil e na região de São Paulo o fruto desta se chama de cuca, nome bem conhecido das gentes saídas de Luanda pela famosa cerveja que ainda sobrevive lá no bairro da Luua e, com o mesmíssimo nome, Cuca. Esta árvore tem a copa bastante larga, fornecendo bastante sombra; de folhas caducas proporciona-nos a frescura tão cobiçada nas bordas deste mar de Maceió e nos largos. É cultivada como árvore ornamental; como se disse, seus frutos são comestíveis, embora um pouco ácidos; os morcegos são os seus principais consumidores que pelo que tudo indica, sendo muito apreciados por estes.
Saiba-se que a sua madeira é vermelha, sólida e resistente à água, sendo ainda utilizada para fazer canoas na antiga Polinésia. Mas continuando o meu caminho, fazia com estas, massagens rotativas nos dedos para fazer fluir o sangue às partes menos usadas do corpo neste tipo de exercício de marcha prolongada. Ultrapassando já os cinco quilómetros e bem para lá da Lagoa das Antas dou a volta para o regresso. Já no Gogó-da-Ema da Ponta Verde de Maceió, regalo-me com dois cocos frios comprados por cinco reais; sugados a palhinha relembro o meu pedido: – Moço está de quanto o coco? – Um por três reais diz ele! Mas, pra ocê, eu faz dois por cinco!
O matuto fala assim como se já me conhecesse faz um meio século, uma forma bem nordestina de comunicar. – Tá certo disse eu. Dá-me dois! E, por ali sentado num banco de calçadão fiquei matutando nesta forma de vida sempre encalorada, bebendo soro de coco como salvaguarda de qualquer atamancada malazenga que queira entrar a despropósito. Aqui estava eu, um turista setentão, bem bronzeado de olho gordo para as coisas, as garinas e seus modos de gingar bumbum com trejeitos de malvadez! Com fumaças de nobreza, por ali descansei um tempo, precisado que estava de dar-me largueza para enrijar, para tornar meu corpo esbelto.
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA