NAS FRINCHA DO TEMPO – KIANDA COM ONGWEVA - Com Zé Peixe de Aracaju e as Sereias Roxo e Oxor, algures num recife, por vezes numa bóia… 6ª e várias partes…
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Prometi a Assunção Roxo que iria socorrê-la com uma lenda do mar um verdadeiro golfinho feito homem; uma parcial inventação falando do personagem que vi em vida, e com quem falei algures em Aracaju de Sergipe. Tive que recorrer a Januário Pieter - Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos e que tem no seu ADN a picardia cutucada até a exaustão de Cruz credo!
Após januário Pieter ter falado dos resquícios: - Não podemos fintar as leis que nos regem e, uma delas é o de só “fazermos a nós, o que fazemos aos outros”, escafedeu-se sem mais nem porquê ficando dele só essa sua sabedoria perfumada. E, esse cheiro intenso a jasmim surgiu de novo quando a tarde se estendeu no escuro da noite envolvendo-me na azáfama duma multidão ávida de frescura. Naquela “Plaza Mayor“ de Burgos comendo umas tapas de “boquerón” e argolas fritas de “calamares” regadas com cerveja “Dom Pepe” ia descrevendo o que sabia da Rainha Isabel de Portugal ao meu futuro Mano Corvo. Digo futuro, porque só dias depois, em cima da ponte de entrada de Toledo, cidade mais a Sul, fizemos um pacto de amizade perene dum modo bem peculiar: - cruzando nosso mijo-quente sobre o Tejo.
Recordava-lhe quem era a Rainha de Castela desse então quando, eis que num repentemente surge a kianda Januário Pieter envolta numa áurea fosfórica que rapidamente se esvaneceu. Com uma saudação de bater mãos como agora fazem os desportistas, chispou as nossas com ardências viscosas; depois do susto lá nos alegramos com caras de fantasmas viandantes, um pouco comprometidos com os olhares incrédulos dos circundantes. E foi ele, Januário que acrescentou: - Isabel a portuguesa foi casada com João II de Castela tendo dado à luz uma menina que veio a ser Rainha consorte de Aragón, Mallorca, Valencia e Sicilia. Foi assim chamada “la Católica” pelo papa Alexandre VI mediante a bula “Si convenit”, a 19 de Dezembro de 1496.
E, continuou: - Foi ela Isabel, que concedeu apoio a Cristóvão Colombo na busca das tão cobiçadas Índias ocidentais e, que o que levou a descobrir as Américas, acontecimento que teve consequências na conquista dessas novas terras e a criação do Império Espanhol. Estávamos noutras vidas, é verdade mas desejoso que o rumo da conversa versasse coisas mais recentes e, por isso perguntei a Pieter o que é que ele pensava da nossa ida a Toledo a redescobrirmo-nos porque sei que pelos anais, formei-me “engenheiro espiritual” num lugar de Pambu N´jila da Fundação da ordem da Inmaculada Concepción, palácio de Galiana. Enquanto isso e lá no palácio do Pambu N´jila, o Costa Araújo I, seguiu as pisadas de um pintor Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido como El Greco, pintor, escultor e arquitecto grego que desenvolveu a maior parte da sua carreira por ali.
Claro que fui obrigado a interpelar respeitosamente a minha kianda porque queria saber mais sobre as sereias progenitoras de Assunção Roxo e Oxor, as tetranetas em mares da kalunga do Brasil, mais propriamente de Guaxuma das Alagoas. Cada coisa a seu tempo meu ilustre T´Chingange, teremos de circular por aqui algum tempo para irmos à profundeza das verdades do paratrás. É bom que ponhas a trabalhar teu relógio de areia porque daí irá sair uma praia com características mesolíticas; no futuro aí te irás espanejar com teu Mano Corvo se for o caso, disse assim sem titubear.
- Tchingange, meu amigo, agora que nos conhecemos melhor, dir-te-ei que não será tão rápido que chegaremos à tua, melhor, vossa Angola. Tereis de esperar até jorrar petróleo pelo tubo ladrão. Falou assim para nós dois, e nem demos muita importância a falar de algo desconhecido, pensando até ser um seu assistente com nome de petróleo; era normal ele falar assim de coisas plasmosas! Nós só ouvíamos! Naquele dia de Maio, despedimo-nos.
Ele, a kianda, seguia para Cádiz, mas decerto nos iria visitar por uns dias a Toledo e Alhambra de Granada. Combinamos desta forma um encontro para dias mais tarde em Granada; talvez aí pudéssemos pôr os assuntos em dia e saber dos nossos antepassados feitos em pó. Taciturnos, com um peso no coração, despedimo-nos de Pieter; Os Manos-corvos viviam agora nesse privilégio de ter um amigo com a sapiência de mais de 500 anos. E, ia eu jurar que ele só tinha 385 anos, pelo seu aspecto tão jovial. Como a gente se engana!
Personagens da estória: Assunção Roxo e a Sereia Roxo, (uma em duas - reflexo do espelho - Oxor); Joquim de Lisboa: O homem da traineira inspirado em Diogo Cam; Mano Corvo - T´Chingange (O próprio); Mano corvo I - Costa Araújo na 1ª encarnação; Ze Peixe - O homem golfinho de Aracajú em Sergipe; Januário Pietrer - Uma kianda assombração dos mares, um velho amigo com mais de 500 anos de Cruz-Credo (criação do Soba).
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