AS FALAS DO ZECA
José Santos - Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona N´zimbos das areias dum rio chamado de Rio Seco e seu mar da Samba, distribuindo kitetas pelos amigos na forma de kazumbi
AIUÉ! SEMPRE AGARRADOS Á MINHA MOAMBA!
Sempre desejoso de a colocar (a moamba) em cima da vossa mesa k kambas da Maianga, fico depois, atrás da porta e na koka matutando bué, caté choro só de imaginar um pouquito cafifado, "será" que gostam, gostarão das minhas falas, desse mambo que são loando no meu, no nosso coração. Quem conhece o Zeca metido num corpo de quase dois metros de kandengue cheio de romantismo como o Catete sempre voando, ou plim-plau, ambos buscando amor, amizade, companheirismo..., esse alimento que enche o seu papinho pendurado por todos os tenros galhos das mulembeiras espalhadas pelo nosso antigo Bairro da Maianga.
Jamais imaginava ao fim de trinta-e-nove anos no putu, estar nesta QUIÓNGA de maravilha, receber a nossa infância de volta cantando-a com todos vós. Estou kiavuluvulu apaixonado por este milongo que me jindunga, me faz estar mais feliz, longe dos meus velhos muros, que aqui vos expresso de muxima na mão, porque muito agradeço de todos o carinho dado, assim metido nos buraquinhos de um coco que bebo, bebo átoa e como se estivesse naquele doce kapiango do Mussulo, mas que Ngana N´Zambi ali plantou só para alguns... Ah! Mas o delirio foi andar no carrinho de rolamentos do kkamba Edgar das Neves, O DIMATEKENU que fez-me pular para cima dos seus ombros, depois descer, descer na berrida e agarrado a ele pela Avenida Lisboa até às MEMÓRIAS DA MAIANGAA que virou KALUNGA pra todo o mundo. Foi ele que muito me incentivou a escrever minhas falas, livremente e sem os mambo de “matumbo” das barrocas.
Para ele dedico um amor, uma amizade especial de botar no FACE galando a malta porque lá no fundo, em todos há um pula-pula nos muros da vida racional em um qualquer bairro. Ter o Edgar como kamba é ter riqueza sem garimpo de fuca-fuca, porque é dada na hora, de borla e com a Chivrolette de caixa aberta bem carregada de muxima, passando livremente por todos os paus empinados das picadas do putu. Contigo esqueço os mambos da vida e saboreio baleizão de ukamba. Com o Fernando Jaime, tudo, tudo, deixou-me enfeitiçado durante uns tempos, porque o tuje do feitiço não deixava-me dormir, porque obrigava-me a passar o tempo caçando as minhas lembranças sóvoando. Lembranças deixadas na minha mala de MAKAMBIRA, escondida na capoeira do meu quintal. Lá ficaram perdidas no tempo, na poeira, naquele fumo de então, mas comigo estão quase todas bem guardadas.
Eis que com MALEMBELEMBE, o maianguista António Monteiro, naquele seu jeito luandino, da terra poierenta do RiO SECO, com adoráveis falas de kimbanda cheias de rendas de fio de pesca que tão tãobem sabe fazer. Logologo conquistou-me, enfeitiçou-me e botou ainda mais feitiço no soeu cosquilhando meu reco-reco para deambular pelo Rio Seco, nas barrocas do Catambor, da Samba, delirando bebendo o seu MISSOSSO, que é kimbombo doce, que faz zangular os gigler do meu muxima kota Dodje, que cadavez precisa de empurração, caté pra subir a D. ANTÓNIO BARROSO, ali na esquininha da BRACARENSE, pertinho da antiga estação e sinaleiro mais o colégio Moderno que ambos caminhamos numa frigideira que torra kiqwerra muito gostosa, que levamos à boca com falrripos de bangula. Vestidos de boca-de-sino wrangler de cor de rosa da Xabanu, de Fred Perry azul do Quintas, de sapatos mwangolés de biqueira mata barata da Cibele; num seilá-quié-quié, na forma dum sonho sonhado caté nos morro da Samba com nós sóchupar múcua de saudade.
Com a gratidão do Soba T´Chingange
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