MILONGOS CUSPILHADOS – Como adstringir triglicéridos com sabão macaco … IX
Por
T´Chingange
Pelas sete horas e trinta minutos, gozando mais regradamente os bens da inteligência e da vida, remexo a chávena com meu especial milongo de adstringir triglicéridos. Desolando-me numa sinceridade gemida de tudo o que é ilusão, indefiro-me nos contornos que se transportam sempre às costas, um pessimismo que sempre se enrola no soalho do cerebelo. Sei o quanto é difícil ler o indecifrável mas soe dizer-se que a teoria do pessimismo é bem consoladora para os que sofrem e, eu, com os meus quase setenta anos, já não tenho fornalha para alimentar esta lenta combustão, a da chatice! Necessitando de renovar minha paz por mais noventa dias em pais que não o meu, insurjo-me contra essa maçada de pagar expedientes ou emolumentos demasiado exorbitantes por essa autorização.
Dois carimbos de prorroga pelo preço de oitocentos euros, uma roubalheira; mesmo que rumine uma tal harmonia que me favoreça dormir embalado pela mão de Deus. Pagar oitocentos Euros, por duas prorrogas! Brado aos céus! Esta paz fica-me cara! Para prorrogar a minha estada neste planalto do Kalahári de Johannesburg evitando esse absurdo pagamento, um expediente para além de caro, pessimista, terei de rumar a terras a norte do Orange, no país do nada, e regressar de avião a fim de obter mais três meses de estada na paz. Regressando à teoria do pessimismo terei de concordar que é certo o que se diz de que o que tiver que acontecer, acontece, e neste caso aproveitarei rever um oceano de acácias, desertos e bichos na firme vontade de não ser extorquido. Em àfrica tudo é possivel (TIA - That is África).
Coabitando com este gozo de incertezas, preencho a inspiração sem doçura, um veludo negro cuspilhando-me um desconsolo na alma. Bolas! Como podem fazer leis tão despropositadas! Terei de optimizar o percalço com um “há males que vêem por vem” para me contentar. Sem me assustar com a calma que carrego, trotarei alvoroçadamente para Windhoek a evitar pagar um naco grande de sabão p´ra macaco com almofadinhas de chita branca, numa forma de amaciar minha rigidez branca em terras de negros. Irei rever meu Rundu, meus amigos fujões do outro lado chamado de Calai, o Okavango, um rio de maravilha que desagua numa lagoa grande chamada de Delta. Outra corrida! Outra viagem! A vida é assim mesmo, como um carrossel.
O Soba T´Chingange
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