LUANDA - Relatos e histórias de antigamente; em tempo de carnaval… IV
Por
Luis Martins Soares Nasceu a 8 de Julho de 1934. Tem agora 81 nos de idade. Uma biblioteca de coisas esquecidas numa Luanda que nessa altura não tinha ainda 18 000 habitantes.
Nós, garotos candengues, às escondidas, também fabricávamos cigarros feitos com barbas de milho quando as tínhamos. O papel era o que servia de embalagem nas mercearias, aquele papel grosso de cor cinza. A boquilha era usada pelas pessoas mais “finas”, ou seja, aristocráticas, pelo menos sentiam-se assim. As mulheres bancas não fumavam em público mas as lavadeiras negras transportando seus filhos atados em coloridos panos com as esfinges de Mobuto e outros dirigentes africanos ou outras cores garridas, fumavam grandes troços de tabaco com o morrão de cigarro dentro da boca; levavam horas a fio botando fumo e sempre isso me metia uma forte impressão de como o faziam sem se queimar.
Nos dia de carnaval a gente suburbana descia à Marginal para desfilar em grupos brincando ao entrudo e copiando os capatazes brancos com suas vestimentas folgadas do tempo de caprandando ou ainda com coroas imitando os reis com cabeleiras brancas ou loiras imitando os homens da justiça. Havia um ou mais do grupo com fitas garridas que sacolejava seu mataco ora à direita ora esquerda, meio acocorado e apitando seu som de grilo insistente e compassado.
Todos seguiam suas directrizes torcendo-se num e um noutro sentido. Por vezes levavam chocalhos de lata tipo ou e pandeiretas fazendo gaifonas a quem por eles passavam! A moda de deitar fuba uns aos outros veio mais tarde a fingir de gwetas do M´Puto, besugos recém-chegados, brancos que nem albinos.
Nesses anos de 1930 a 1950 a grande maioria de gente branca tinham sua casa em Luanda porque era aonde havia condições de salubridade e escolas para os filhos! Os chefes de família ficavam semanas a fio em sua fazendas de onde iam e vinham em carrinhas ford, chevrollet, bedfor e gepes willis: Chegavam a Luanda todos enfarinhados do pó das picadas e seus característicos chapéus de coco feitos em cortiça, assim do tipo de explorador ao jeito de Serpa Pinto ou Hermenegildo Capelo.
NOTA: Esta descrição tem 50% de intervenção de T´Chingange na vida social do meio urbano da Luua
(Continua…)
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