OS FALCÕES DE NOSSAS VIDAS - OS FALCÕES DAS MINHAS PRAIAS - 02.07.2019
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA
Por
T´Chingange - Na Lagoa do M´Puto - Algarve
Envaidecendo-me entre tufos de aroeiras, de orelhas e nariz arregaçados, espaireço-me com tudo com mais os olhos de ver recordando que as raposas daqui (que aqui havia) escasseiam mas, ao invés disso no outro M´Puto - Portugal, as raposas crescem duma forma muito inaudita, ladinas como nunca visto, nem previsto.
Bufando minhas raivas pelos poros e no topo das falésias, olho e ouço barulhos de coelhos fintadores e assim num turbilhão de espairecer o físico e a mente, chego aos níveis de enriquecimento ilícito por via da corrupção. Portugal está negligenciando isto! Piso pedras agressivas neste caminho de sobe e desce pensando, quando só queria mesmo enxugar minhas lamurias por só ouvir tantas e demolidoras atitudes sem vislumbrar acções drásticas, o quanto baste.
Ao longo da minha vida gozei de muitas e belas praias; umas houve que ficaram no canto da retina, surgem às vezes em pensamentos ou sonhos. Em Angola a praia da Samba em Luanda aonde aprendi a nadar, a surfar, a pescar, a brincar às jangadas com bidons roubados nas obras públicas, coisas de candengue. Os falcões dali e agora, não são pássaros, são gente feitos “Falcão-kissonde”. Depois mudaram-se para o Mussulo, feitos já suas excelências com um pelotão de mocambos, auxiliares com bajulinhos embutidos em cheiro de aviário. Assim, vuzumunam ali a sua petulância, prepotência e poder com banga de mwngolé.
Da Praia do Francês em pleno Nordeste Brasileiro não há falcões na forma de pássaros; em sua substituição há urubus pela costa, nos coqueirais, como se fossem gaivotas. Mas, há muito mais pelas urbes grandes, pelos municípios e com suas duas pernas fazem fintas com cambalaxos no jeito de borralheiro dão bassulas - remendador de pneus, remendando nosso kumbú, nosso pilim, nosso suor feito dinheiro.
Em todo o lado parece ser assim! Maldita confraria de larápios, falsos falcões - falcões do M´Puto, de N´Gola ou dos Brasis - predadores. Bem, agora e aqui, aqui aonde calcorreio falésias, são mesmo pássaros; acompanham-me por vezes. Assim é na Praia do Carvoeiro do Algarve com sua recortada costa cársica e aonde nidificam, ora roubando os ninhos já feitos à outra passarada, ora construindo-o em ranhuras de rasos arbustos; limitando-se a pôr os ovos directamente sobre a plataforma escolhida; não é raro encontrar ninhos de Falcões em buracos de ruínas ou na própria falésia.
Pensando e circundando com os cuidado requeridos por via de pedras roliças penso na treta de "Presunção de inocência" e dessas saídas manhosas que os DDT usam com seus bandos de doutores advogados que tudo fazem para se guindar na vida nessa mesma forma corrupta - Falcões ou Corvos especialistas em subtrair nossas migalhas. Outras vezes esperam tanto que a propósito a lei tal e seus edeceteras, expiram... Os colarinhos brancos sempre se safam e, por isso recordo um linguajar de pergunta, ao jeito brasileiro "Mas, quando é que um RICO vai para a cadeia?
Iniciei esta crónica para falar dos falcões e acabei por me debruçar nos predadores feitos homens que surgidos de muitas latitudes da Globália também para aqui vieram; só que alguns têm as garras demasiado afiadas e, falar deles é só criar contratempos. Falando desta costa com praias de maravilha que são património vivo, seria muito bom ficarmos resguardados da malvadez, humana, e da sua utópica sustentabilidade tão apregoada. Aqui direi: " Quem tem dinheiro vê o mar"; quem o não tem fica "A ver navios"...
Passeando minha reforma entre carrascos, arruda, e espinheiras com arranha cão e quinambas, recolho espantos do mar vendo por vezes golfinhos entre os leixões ali tão perto; contornando algares sinto o restolhar de roedores, coelhos e perdizes que esgravatam entre as rosas- de-cão, orquídeas Ophrys lutea, speculum ou maios-roxos nos vales suspensos.
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Com mais tempo falarei destes caminhos dos promontórios e vales suspensos de carbonatadas rochas com mais de dezasseis milhões de anos e, do alvoroço das primeiras horas do dia. Das torres de vigia do tempo dos romanos Falarei entre coisas do nosso dia a dia com falcões de verdade ondulando o que seja com os cantares de rolas e pombos bravos, toutinegras, gralhas e até gaivotas.
No Torreão da Atalaia, a nostalgia estava escrita com rasgos na pedra; sicrano e fulana aos tantos de tal, estiveram aqui com todo o amor do mundo. Um lindo sítio para perpetuar aventuras, apalpar os dígitos das luzernas como um farol de vida desenhada assim porque, uma vida sem memória não é uma verdadeira vida! No final as cigarras, já fantasmavam minhas antigas alforrias.
O Soba T´Chingange
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