A ROLETA DA VIDA - Torcer enxugar e corar - Secando a palavra ao sol …
- …Engolir sapos vivos sem vomitar… 28.09.2019
Por
António José Canhoto - (James Spenser)
As escolhas do Kimbo
:::::1
Para todos aqueles pobres e remediados que passam toda ou parte das suas vidas a tolerar e engolir sapos vivos sem vomitar, ordens ou directrizes de terceiros sem tugir ou mugir, pois as necessidades da vida assim os obrigam e condicionam, vir a ser rico é um sonho e uma obsessão, por isso jogam semanalmente em lotarias, raspadinhas, totolotos e totobola. A sujeição permanente desses trabalhadores a ter de aceitar durante a vida jogar com quem dá as cartas marcadas ou lança os dados com pesos dentro para rolarem de forma a que o número 6 saia sempre, é uma situação de inferioridade, menoridade e submissão, é jogo que nunca ganharão. Estes, a partir do dia que aceitarem o seu primeiro emprego já estão vencidos e derrotados.
:::2
A roleta da vida dá muitas voltas e quando muitas vezes sentimos o peso do mundo que carregamos às costas, noutras mercê de circunstâncias inesperadas temos o privilégio de estarmos sentados confortavelmente no topo dele usufruindo de termos à nossa volta um batalhão de servos pagos para adivinharem e satisfazerem os nossos caprichos ou fantasias sonhadas. Anteriormente alguém ditava as regras do jogo que iríamos jogar, a partir de agora serão vocês a escolher os parceiros com quem quereis jogar divertir-se e gozar a vida, pois ganhar ou perder deixou de ser relevante.
::::3
Ser domador ou domado não são opções de vida onde a maioria das vezes não temos essa escolha, ser leão de circo treinado nunca é leão adulto e selvagem das savanas africanas, só acontece quando estes são apanhados em tenra idade; com os humanos acontece exactamente o mesmo. Estar na mó de cima ou na debaixo faz uma enorme diferença, menos para aqueles que nascem ricos e que desde o berço ditam as leis de como a roleta deve ser jogada, ou seja, quem vão ser os burros e quem se lhes vai por a carga em cima. Infelizmente a vida é mãe para uns e madrasta para outros, dependendo muito do tipo de berço onde nascemos. Se viemos ao mundo em África e mamamos directamente das tetas da cabra ou do camelo.
:::4
Mais tarde a qualidade da nossa instrução e educação depende se frequentamos escolas, universidades privadas ou públicas ou ficamos apenas pelo ensino básico. Existem hábitos diferentes entre ricos e pobres. Ricos vão a concertos de música clássica, enquanto que os pobres vão ver os artistas pimba da moda que cantam música a metro ou ao kilo. Ricos, ou brasonados falidos, têm mais de 10 longos e pomposos nomes começando por Dons enquanto que os pobres apenas se chamam Maria ou Manuel. Existe pois uma diferença mental, social, comportamental e idiossincrásica entre ricos e pobres, entre mandantes e mandados, leaders e seguidores, vencidos e vencedores.
:::5
Poderei dar exemplos de como se diferenciam os ricos dos pobres. Pobres não têm certezas, ricos são confiantes, estão focados, sabem o que querem, para onde vão e quando desejam chegar, os seus “timings” e decisões são pensados e cronometrados. Os pobres buscam desculpas; ricos procuram o sucesso. Pobres assumem, ricos têm a certeza. Pobres fogem às responsabilidades de assumirem as suas culpas, ricos aceitam os erros como lição e aprendizagem. Pobres vivem em função do dinheiro, os ricos investem no tempo para aprenderem e evoluírem.
:::6
Pobres fazem competição, apunhalam-se pelas costas e lançam cascas de banana para os colegas de trabalho escorregarem; tudo para se sobressaírem e ficarem bem vistos aos olhos dos chefes. Os ricos juntam-se no clube de golfe para fazerem 18 buracos, beberem uma cervejas frescas, falarem das suas amantes e sobre os seus mais recentes investimentos e sucessos financeiros. Pobres são por norma, descrentes, queixam-se de tudo e de todos, da mulher, do tempo, do chefe, do governo, do ordenado, dos colegas e do carro que guiam que está sempre avariado. As culpas dos insucessos dos pobres são deles mesmo.
:::7
Os ricos por outro lado estão gratos e felizes da vida que têm e apenas se queixam do dia chuvoso que não lhes permite jogar golfe com os amigos. Pobres quando desejam montar um negócio na sua área ou bairro procuram um já existente que seja bem-sucedido para o copiarem, ou então, se têm uma ideia diferente, buscam conselhos e opiniões de colegas, amigos fazem preces e orações aos seus deuses pedindo as suas graças para que as suas vidas mudem ou os seus negócios prosperem. Enquanto isso, os ricos procuram conselhos de profissionais, fazendo aquilo que se chama um estudo de mercado.
:::8
Estudo esse baseado nas seguintes premissas: Quais as suas capacidades empreendedoras e profissionais para ser bem-sucedido. Quais as suas fraquezas em relação aos seus concorrentes. Quais as ameaças dos competidores no mesmo ramo e qual o valor acrescentado que se poderá trazer a esse mercado e, nele inserir um nicho não explorado. Quais as tendências: a curto, médio ou longo prazo, pois o que é moda hoje pode ser mono amanhã. Pobres ou remediados compram televisão grande, ricos compram livros para enriquecerem o seu conhecimento. O pensamento das pessoas muito pobres está voltado para cada dia; o das pobres para cada semana; o da classe média, para cada mês; o das pessoas ricas, para cada ano e, o dos milionários, para cada década.
:::9
Ricos falam sobre ideias, pobres sobre coisas, pessoas, vizinhos, revistas cor-de-rosa ou novelas televisivas. Ricos são inspirativos, fazem o mundo girar, pular e avançar e as coisas acontecerem. A classe media fala sobre as coisas que os ricos promoveram e observam mudos e quedos os resultados, enquanto os pobres se limitam a perguntar “O que aconteceu.” Os ricos trabalham visando o lucro, os pobres trabalham visando a obtenção de um salário. Ricos investidores assumem um risco calculado, a classe media e pobre tem medo de investir, e, mesmo que fique rico da noite para o dia a sua mentalidade não está orientada de como gerir riqueza, mas sim para gastar e satisfazer caprichos e os sonhos de quando era pobre.
:::10
Ricos concentram a sua actividade para aumentar o seu património, pobres concentram-se, na expectativa de serem aumentados no seu salário. A ignorância dos pobres é aterradora e confrangedora. Basta abrir o Facebook no Feed Noticias e ver que há um elevado número de pessoas que compartilham publicamente as suas opiniões vazias e rasas ou fazem perguntas que um adulto culto e inteligente deveria saber e, caso não soubessem bastaria ir ao Google encontrar a resposta. São pessoas mentalmente preguiçosas vivem na mais profunda escuridão da ignorância, não progridem ou evoluem, pois, a sua mente está sempre engatada em marcha atrás. Os ricos usam o termo NÓS os pobres usam EU. O rico procura qualidade, o pobre procura preço, promoções, ofertas e descontos, esquecendo-se que quem compra barato compra duas vezes. Os pobres copiam e competem, os ricos criam negócios originais.
António José Canhoto - 28-9-2019
Ilustrações aleatórias de Costa Araújo – Escolhas de T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA