EM ANGOLA ONGWEVA É SAUDADE - Feito olhos e orelhas fingia ser um erudito nas psicologias ainda não desbravadas ouvindo a saudade dum kota amigo, ongweva.
Por
Eduardo Torres – Um Xicoronho de 3ª geração - Tenho um orgulho enorme da minha ascendência. Sempre ouvi a minha avó Vitorina contar a verdadeira história da sua vida e dos seus familiares, quando o Lubango não era mais do que um lugar aprazível no planalto enorme, aconchegados pela envolvência da cadeia montanhosa da Chela
Quando o Lubango era Sá da Bandeira, em outros tempos meu pai construiu um edifício de dois pisos, no primeiro piso estava a Casa Americana, com o Sr. Batalha como gerente e o Figueiredo como empregado; também ali funcionava a sapataria, no interior, com as respectivas áreas de apoio, e mais afastado, o terreno onde mais tarde foi construído o cinema Odeon, andava eu no 1º Ano do Liceu. Pela manhã, à saída para as aulas, era costume esperar pelos meus colegas, o Avelino Pichel Marques, algumas vezes pelo Aníbal Guedes Pinto, mais velho do que eu, pelo Aristides e o Rodrigues Costa.
Pelo caminho juntavam-se mais alguns, como o Honorato Vieira de Almeida, meu amigo dessas andanças, assim como o Pedro Rodrigues Garcez, e lá íamos em grupo até ao Liceu Nacional Diogo Cão. Que me lembre, frequentei sempre turmas de rapazes, até ao quarto ano; no quinto, as turmas já eram mistas. Nessa época não havia ainda campo de futebol, e os jogos, especialmente aos sábados de manhã, dia da Mocidade Portuguesa, eram disputados num terreno baldio, frente ao Grande Hotel da Huila. Mais abaixo dos bambus havia um campo de basquete, com as respectivas tabelas, para jogos entre turmas dos ciclos mais adiantados. No ginásio disputavam-se jogos de voleibol, além da ginástica bissemanal, sob a direcção do Dr. Arnaldo Correia, mais conhecido pelo lagarto.
As aulas de canto coral eram dadas pelo professor Pitta Simões. Aos sábados de manhã, nós fardados com camisa verde, calção de caqui, bivaque, meias altas e sapatos, marchávamos sob o comando dos chefes de quina e os comandantes de castelo do comando geral; após o destroçar, realizavam-se jogos para entretimento. Recordo-me do Veraneo Jorge e do Calos Vitória Pereira serem as vozes de comando. Depois, com o passar do tempo, essa organização deixou de funcionar, julgo eu, pois a partir de determinada idade, a instrução militar começava a ser no quartel.
Não posso deixar passar em claro, as marchas dos archotes e a estudantada, com os casacos vestidos do avesso, caminhando em fila na antiga Rotunda e, até ao largo da estação do C.F.M. Dar a volta de regresso, sempre cantando o hino viva a malta do liceu… quando alguma figura governativa se deslocava àquela cidade. Tal hóspede, figura pública, ficava no Palácio do Governador do Distrito e, como anfitriões lá estavam os estudantes apresentando cumprimentos de boas vindas ao Vª Exª e claro, o mais importante pedir uma "borla" para o dia seguinte.
Estas borlas eram sempre concedidas como tolerância de ponto. Todo este festival era acompanhado por grande parte da população, pois sempre tinham umas atitudes teatrais que se tornaram praxes no decorrer do tempo. Havia bombos e concertinas com apitos e pandeiretas com saltos acrobáticos; e, vinham as desgarradas com palmas e cantorias de picardia à luz de faróis de carros Dodge, Chevrolet, Bedford. Sá da Bandeira era nesse então uma pequena cidade, mas uma cidade de tradição académica; por tal motivo conhecida como a " Coimbra de Angola". Outros tempos, outras gentes...
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