NA PRADARIA ALENTEJANA . 12-08-2016
A FESTA DA VILA DA PRAIA, SEM MAR, SÓ ONDAS DE CALOR.
Por
Ando no meio de uma festa festejando a alegria, curtindo a juventude que resta, lembrando as farras do fundo do quintal da Luua e, vendo as netas dos amigos e a minha também rodopiando em graçolas e risos contagiantes. Assim deixando o tempo abraçar os cabelos grisalhos e os sulcos dos anos. Pois, vou fazer mais o quê?
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A conversa começa do nada com o senhor Casquinha, amigo do Cailogo, marido da Assunção. Conversa desajeitada; a possivel.E chega um neto dele pedindo umas moedas para comprar uma lanterna pirilampo. Não demora muito e ali está ele fazendo gaifonas na cara do avô com aquela lanterna. Quanto custou pergunta o avô? Cinco euros, diz o petiz. Caramba! E, não regateaste? Qui é isso avô!..
Pois… outros tempos! E sem mais remata: - Os amigos cada vez mais se vêem menos. Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos. Víamo-nos as vezes que queríamos, sempre diariamente, quer-se-dizer todos os dias. Na taberna do Álvaro, daquele outro chamado Hernâni com uma mulemba, jogando a bisca e à sueca mais o tentilhão; uns malhos redondos e um escopro ao alto a fazer de alvo. Quem perdia pagava um copo de tinto ou um pirolito.
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Hoje andam por aí feitos loucos procurando bichos chamados de pokémons debaixo dos chaparros. E no maior à-vontade, coisa muito perdida, porque não tínhamos mais nada para fazer senão trabalhar. As conversas misturam-se na memória e sai o que sai. O anteontem misturado com o amanhã se Deus quiser.
Casquinha dizia quase sozinho, coisas repetidamente faladas. Ainda bem que é assim! Falava comigo por falar e, com ele sem convicção, só mesmo por falar como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos. Em realidade era a primeiríssima vez!
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Nada falha! Na excitação de contar coisas e partilhar ninharias, disparamos novas como se nos estivera, e está, na massa do sangue; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que por décadas estão por realizar. Os sonhos das pradarias; nossos desertos, palhas retesando-se ao vento.
Há grandes amigos que tenho a sorte de ter, que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca desconcordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Coisas de mais-velhos, misturando alhos com bugalhos e melancias com queijo de cabra dos montes hermínios.
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Enganei-me! O melhor que os amigos têm a fazer é verem-se cada vez que se podem ver. É verdade que, mesmo tendo passados muitos anos, sente-se o prazer de reencontrar a quem já se pensava nunca mais ver.
O tempo não passa pela amizade mas, a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto existe! Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de irmos pró paralém, vai uma distância tão grande como a vida.
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Agora ouço a Kizomba sem ter nada contra, confesso que prefiro o merengue e o bolero mas, até sou capaz de não trocar de estação! Qual estação! Bolas! Estou na festa de Messejana! Mas, isto é só da loucura, de ouvir com gosto num carro cheio de amigos a caminho da praia como nos temos de kandengue nas idas para o Mussulo, Samba ou ponta da Ilha da Luua.
Com "10 músicas seguidas sem parar", deveria chamar-se "5 músicas seguidas intercaladas por 5 Kizombas". Casquinha diz que não tem paciência, prefere o acordeão e os ferrinhos num arrasta pé, meche quinambas, musica pimba. Tinha de ser mais um corridinho! E, vai um corridinho mais uma valsa e são horas de dormir que o fresco chegou! E lá fui eu para a rua da misericórdia, uma estreita rua aonde os fumos cheiram a charros.
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